Livros Resenhas

35 meninas, uma coroa

Tiaras, vestidos, banquetes, intriga, amor, traição, sacrifício, crítica. Saiba como tudo isso se encaixa no enredo de “A Seleção”, primeiro livro de uma trilogia escrita por Kiera Cass

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Parece sinopse de reality show tipo “The Bachelor”, né? E é bem por aí. Essa é a ideia do primeiro livro de uma trilogia (claro!) de Kiera Cass. Em “A Seleção”, a realeza do país Illéa (ex-Estados Unidos pós terceira guerra mundial) escolhe uma menina do povo para namorar seu príncipe. Mas para que Maxon (o tal príncipe) possa conhecer as pretendentes, uma seleção é organizada e 35 meninas são levadas para morar no castelo. E tudo será transmitido no estilo reality show para o mundo ver!

Peguei “A Seleção” para ler por pura curiosidade. Ouvi falar muito bem do livro, com adjetivos como “lindo” e “fofinho” e decidi que queria um pouco de tiaras e vestidos na minha leitura. Li e não me arrependi. “A Seleção” é realmente tudo isso: lindo e fofinho, mas ele tem um lado de crítica muito forte e que passa meio que batido se o leitor não prestar atenção. Gostei disso.

O livro é contado pelo ponto de vista da protagonista: a jovem ruiva América, que pertence à Casta 5, formada por artistas. Ah, não mencionei antes? Oh, que furo meu. Illéa é dividida em castas – de 1 (a realeza) ao 8 (o mais pobre mesmo) -, com regras e leis muito bem definidas. E claro que a jovem heroína é perdidamente apaixonada por Aspen, um jovem da Casta 6. Com seu amor proibido, América e Aspen se encontram escondidos e tentam conter os hormônios, pois até a virgindade e o controle da natalidade estão nas regras de Illéa. O amor dos dois sofre com o orgulho de Aspen e com a chamada para a Seleção. Preciso dizer que América se muda para o castelo e que se destaca por lá? Ok, continuando então.

Durante a Seleção, as Castas das 35 meninas e de suas respectivas famílias são elevadas para 2, o que mantém a comida na mesa e desafoga as contas. Essa é a razão primordial de América continuar no castelo: poder ajudar a sua família. Mas claro que outras aparecem no meio do livro, seu coração fica confuso ao realmente conhecer Maxon – que é um FOFO! – e até os princípios e valores dela e de Maxon são postos a prova.

O que mais me chamou atenção em “A Seleção” – além da parte bonitinha e menininha do livro – foi o contexto social dele. É engraçado pensar nisso quando o assunto parece ser tão bobinho, mas achei interessante. De um lado, temos meninas brigando por poder ou por amor, e do outro, América, que só quer ajudar a família e que, por meio de sua personalidade forte e correta, mostra o quão terrível tudo realmente é. Quero dizer, escolher uma princesa do povo parece lindo, mas tratá-las como opções para Maxon é diminuí-las, é reduzi-las a objeto. E isso não me passou desapercebido. Não sou daquelas que acha o máximo queimar sutiã, mas repeito e dignidade são necessidades básicas! Achei um absurdo uma sala cheia de mulheres, todas querendo puxar tapetes uma das outras e fofocando sobre o mesmo cara e o que fizeram ou deixaram de fazer com ele.

Outra crítica é ao governo. Em Illéa, a história é ensinada oralmente, sem livros, sem registros, o que torna muito mais fácil o controle do povo. Acredito que esse tema venha a ser abordado nos próximos livros, o que será interessante de acompanhar. Como no primeiro livro, nos apaixonamos pelo príncipe, como será questionar as decisões de sua família nos próximos volumes? Aliás, temas recorrentes em distopias envolvem reality shows e controle do governo. Por que será, né?

“A Seleção” é bem equilibrado com temas menininha e distópicos, como citei acima, mas não é livro para menino MESMO! Muito, mas muito garotinha, a escrita de Kiera Cass é bem adolescente e casa direitinho com a história que ela quer contar. Se tirar a parte mais política e crítica – que são bastante sutis, porém presentes -, o que sobra é um eterno concurso de Miss Princesa, que, por si só, já tem diversas intrigas e reviravoltas. Quem gosta desse mundo feminino vai amar demais. Eu adorei e mal posso esperar para ler “A Elite”, que está chegando às livrarias em 23 de abril.

Para quem curtiu “A Seleção”, vale ficar ligado no lançamento de “O Príncipe”, conto entre o primeiro e segundo livro que será lançado pela editora Seguinte gratuitamente ainda em março! Ele é escrito pelo ponto de vista de Maxon.

Ah, para melhorar ainda mais, “A Seleção” vai virar série da CW, mesmo canal de “The Vampire Diaries”, “Beauty and the Beast” e “Gossip Girl”. Sensacional, né?

Ufa! Muita novidade! E não acabou! Quem quiser saber mais sobre o livro, o que vem por aí e até concorrer a exemplar autografado pela autora, dá uma olhada aqui. Espero o pessoal do Rio de Janeiro em 7 de abril! Veja aqui a agenda de eventos.

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5 thoughts on “35 meninas, uma coroa
  1. ComenteOi Frini! Quando o livro foi lançado apesar da capa linda eu tb não esperava muita coisa dele, mas ao ler comecei a gostar tanto que não conseguia parar, America me ganhou na hora! E por mais que a gente saiba que sempre tem 2 gatinhos ( rs) esses também me conquistaram, não sabia para quem torcer, Maxon é muito fofo e simples e Aspen é como todos nós somos as vezes orgulhoso e com um pingo de arrependimento correndo atrás do prejuízo quando erramos.
    Nunca vi “The Bachelor” mas amo Hunger Games e a única coisa que achei parecido – já que várias resenhas falaram que tinham similaridades – era que essa sociedade sofrida e com o famoso pão e circo tinham meninas encantadoras que viviam na pobreza e cada uma tinha sido escolhida para viver por um tempo em um mundo de riqueza que não conheciam. Parando por aí! O resto é mais light em “A seleção”e ainda assim lindo, vivemos junto com ela o conto de fadas!
    Ansiosa para ler “A elite”e pretendo ler “O príncipe “esse final de semana!

    Beijos

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