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5 momentos nos livros que nos faz chorar

Certa vez uma colega de faculdade me olhou esquisito porque eu disse que chorei horas quando um dos meus personagens favoritos de Harry Potter morreu. Surpresa por ter sido julgada por algo que considero tão natural e esperado, perguntei, inocente, “você nunca chorou lendo alguma coisa?” ao que ela respondeu “ah, é possível, mas não com Harry Potter!”. Aquilo ficou gravado na minha mente. Como alguém poderia não chorar com Harry Potter? Pensando nisso, reuni aqui cinco momentos nos livros que me fizeram chorar.

Quando o Sirius morreu

Vocês não estão entendendo a quantidade de lágrimas que eu derramei nessa cena. Eu cheguei a soluçar, sem forças, como uma criança perdida e abandonada. Eu li a cena quatro vezes para acreditar. Quando acabei de ler pela última vez, liguei para uma grande amiga na época, que já tinha terminado de ler na noite anterior, e eu só precisei dizer “aconteceu, eu não tô acreditando”, e ela respondeu “desce em 15 minutos que eu tô passando aí”. Ela morava pertinho da minha casa. Ela veio, a gente tomou sorvete, relembrou os velhos tempos do Sirius como se ele fosse um amigo nosso, um familiar, um querido que a gente nunca mais veria. A ficção é algo poderoso, meus amigos.

Quando o Dumbledore morreu

No final do sexto livro, meu personagem favorito morreu. Já era esperado. Ao longo da série, J. K. Rowling deu sinais claros de que o grande mestre nos deixaria para que finalmente Harry Potter amadurecesse e fizesse as escolhas que fez até o momento do sacrifício final. As lágrimas desceram muito mais tímidas do que quando as derramei por Sirius, mas caíram muito mais pesadas. Saber o que ia acontecer não tornou sua morte menos dolorosa. Era o fim de uma era. E aquilo também significava que Harry Potter estava chegando ao fim. Pra quem acompanhou a saga desde quando nem os filmes existiam, ter consciência do fim doía. E tudo o que eu podia fazer era chorar. Foi difícil.

Quando Peter diz para Wendy que “morrer seria uma grande aventura”

Eu li Peter Pan com 17, 18 anos, quando o mundo para mim era exatamente como a realidade era para o autor da obra, cinza, adulto, chato e hipócrita. Eu me perdia e encontrava nas fantasias que lia. Peter Pan me ajudou a enxergar a Terra do Nunca da minha vida e em cada momento. Eu já conhecia a história muito bem, mas não a sensibilidade do autor. E foi num desses momentos sensíveis, ao ler a frase “morrer seria uma grande aventura”, que desabei não porque acreditava que Peter Pan pudesse morrer, mas por tudo o que ela representa; pro livro, pros personagens, pra vida e principalmente pra história por trás da história.

Quando Will e Lyra descobrem algo terrível (contém spoiler)

Se tem uma trilogia que vale destacar por sua excentricidade é Fronteira do Universo, de Philip Pullman. Lyra é sem dúvida uma das minhas personagens heroínas favoritas de todos os tempos. Além de me identificar, me conectei com sua dor, seus sentimentos e sua luta ao longo de toda a obra e por conta disso tudo que a afetava me afetava também. Era muito doido. Eu sentia tudo o que ela sentia. E quando eu acreditei no final do terceiro livro, assim como ela, que tudo ia ficar bem, que eu e ela tínhamos vencido o mal e poderíamos ficar viver felizes para sempre com o Will, Pullman nos mostrou que a vida nos reservava outro desfecho. Migos, como eu chorei. Até hoje escuto o som do meu coração se partindo.

Quando Gandalf caiu no abismo

Deixei esse por último, apesar de ter sido o primeiro da lista, porque de todos esses foi o que li primeiro. Eu tinha 13 anos, estava deitada de barriga pra baixo na minha velha cama de solteiro quebrada e mesmo com deveres de casa para fazer eu não conseguia largar esse livro grosso e um pouco amassado, que havia pego emprestado com meu irmão. Ele falava de hobbits e elfos e magos e uma aventura envolvendo um anel poderoso, um senhor da escuridão e um homem misterioso, e eu queria saber mais, estava completamente apaixonada por tudo.

Naquela época, até que eu já tinha lido uma quantidade boa de livros, apesar de não representar nem 2% de tudo que já li hoje, mas Tolkien me surpreendeu e conquistou. E quando meu personagem favorito cai no abismo num confronto com uma criatura poderosíssima chamada Balrog, eu chorei. Eu não fazia ideia de que ele voltaria ainda mais forte e mais sinistro. Eu não fazia ideia de que autores podiam ser tão dissimulados, traidores e horríveis e ao mesmo tempo fenomenais. Eu não fazia ideia de que eu podia sofrer tanto com pessoas que não existiam. Mas naquele momento eu aprendi e soube que não importava o que dissessem sobre a fantasia e a ficção; ela podia não existir na cabeça de outras pessoas, mas na minha era real. Tão real quanto as minhas lágrimas.

E vocês? Com quais livros vocês choraram? Quais cenas? Quero saber!

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