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A Biblioteca Elementar

Alberto Mussa é desses autores que descobri meio por acaso e por quem me apaixonei imediatamente. “A Biblioteca Elementar” é o último livro do Compêndio Mítico do Rio de Janeiro, série de cinco livros policiais cada um passado em um século e eles podem ser lidos em qualquer ordem. Aqui vemos um assassinato na Rua do Egito onde vivem, majoritariamente, ciganos.

Toda a história se passa no que hoje é o em torno do Largo da Carioca. Começamos com uma mulher disfarçada de frade franciscano testemunhando um assassinato onde ela reconhece o assassino, o assassinado e o motivo. Pode parecer estranho que logo no primeiro capítulo já se saiba tanto sobre um crime que norteará o livro, mas isso não é importante. Nas tramas de Mussa o crime funciona para abrir as portas do mítico que construiu o Rio de Janeiro, para falar de sua gente e da cidade.

Um dos elementos que mais de seduz na narrativa de Mussa é a forma com que ele conversa com o leitor e vai guiando a história como se ela fosse um conversa, algo contado oralmente e não gravada em páginas. Como em todos os livros desse compêndio o as lendas, o mítico, as crenças são fatores primordiais para entender e desvendar o crime. O assassinato ocorre no século 18, é verdade, mas há uma atualidade no desenrolar dos fatos, são as mulheres que conduzem a história e são elas as perseguidas pelo Santo Ofício que é quem julga o crime. Os homens, de alguma forma, conseguem se safar, mesmo sendo culpados, enquanto as mulheres são julgadas e condenadas mesmo sendo inocentes. Há coisas que continuam imutáveis mesmo depois de séculos, infelizmente.

Mussa merece ser lido sempre. Aproveite que não há ordem de leitura no Compêndio Mítico do Rio de Janeiro e pegue “A Biblioteca Elementar” e descubra e mergulhe na ótima obra de Alberto Mussa.

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