Resenhas

A Culpa é das Estrelas

Domino a arte de comprar o livro errado e mesmo assim lê-lo até o fim. Foi isso que aconteceu com o livro de John Green, eu li sobre um livro que me interessou, armazenei a informação de que o nome continha “estrelas” no título e meses depois, em uma das minhas muitas visitas a livrarias, comprei “A Culpa é das Estrelas”. Percebi o meu erro logo nas primeiras páginas mas segui em frente com leitura.

Adolescentes com câncer terminal não é um tema muito usual. Hazel é um ótimo personagem, suas tiradas autodepreciativas são ótimas, seu diálogos com Augustus são encantadores, até os momentos mais tristes no hospital funcionam bem. Eu me identifico muito com um personagem que tem como sonho conversar com o autor de seu livro favorito para saber o que aconteceu depois. Quem não se identifica com um sonho desses? É por isso que sequências fazem tanto sucesso. Quem não quer saber o que aconteceu depois do “felizes para sempre?”

Mesmo com a identificação com o sonho da personagem principal e achando fofo o romance entre adolescentes com dias contados, alguma coisa me fazia não achar o romance um grande livro. Não conseguia distinguir o que era. Foi ao fechar o livro e pensar por uns dois minutos que conseguir encontrar os problemas. O primeiro são os personagens, seus diálogos tem o mesmo problema que os de Dawson, Pacey e Joey de “Dawson`s Creek” ou de Marisa, Ryan, Seth e Summer em “The OC”, são jovens adolescentes falando e agindo como pessoas com o dobro da sua idade.

Assisti como adolescente todos esses seriados adolescentes, onde adolescentes são vividos por pessoas com quase trinta anos. Quando os assistia achava super normal os diálogos e as atitudes, tive que crescer para reparar quão falso é toda a situação. Hazel, Augustus e Isaac são a versão literária desses personagens que assisti na televisão. Funcionam para contar uma história, mas ao mesmo tempo são tão falsos que acabam perdendo um quê a mais que faz de um texto, um grande texto.

John Green tem um bom texto, uma trama interessante, um pouco triste, um pouco romântica e bem envolvente, mas é um livro mediano no máximo. Sai no lucro ao ler um livro errado que me fez pensar em todas as bobagens que vi na adolescência, mas essa é a única contribuição que essa leitura me trouxe.

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