Resenhas

A Sombra do Vento

Quando falei aqui que ia começar a reler “A Sombra do Vento” tinha um certo medo de pegar o livro e descobrir que ele não sobreviveu ao meu crescimento, ao passar do anos. Depois de uma semana me embrenhando pela Barcelona do pós guerra posso dizer que ele continua tão bom quanto lembrava.

Por puro acaso reli a obra que me apresentou Carlos Ruiz Zafón exatos 10 anos depois de lê-lo pela primeira vez. Uma década deram a minha cópia, a primeira edição no Brasil ainda pela editora Objetiva, uma certa personalidade. As paginas já mudaram de cheiro, a lombada desgastada, minha cópia tem cara de livro que passou por muitas mãos e foi isso mesmo que aconteceu. Nesses 10 anos o emprestei para muitos amigos e isso reflete em seu estado. Ele está mais bonito hoje do que há 10 anos.

“Sombra do Vento” é um livro para os amantes de livro. É a história de Daniel Sempere e a sua busca pelo autor de um livro que o fascina na infância, é a história de como um escritor foi moldado, tudo isso com romance, drama e suspense pelas ruas de Barcelona. Que apaixonado por livros não se identifica com um protagonista que ao ler um romance de um escritor desconhecido quer saber tudo sobre ele? Para melhorar o pai de Daniel é dono de um sebo onde ambos trabalham. Essa é uma história rodeada por livros.

O fascínio de Daniel por Julian Carax, o autor desconhecido, leva-o a uma trama de amores impossíveis, inveja, amizade e perigo. Daniel e Carax vivem, de certa forma, a mesma vida com desdobramentos diferentes e essas vidas paralelas são unidas pelos livros. Julian precisa escreve-los, Daniel lê-los. Essa simbiose é o que movimenta a trama, é o que torna os inimigos de um em inimigos dos dois e é o que, no final, os salva.

O livro de Zafón faz parte de uma trilogia. É uma trilogia diferente onde se pode ler os livros em qualquer ordem. “O Jogo do Anjo”, “O Prisioneiro do Céu” e “A Sombra do Vento” compõe a mesma história, cada um colocando algumas peças de um grande quebra-cabeça. “Sombra” é o melhor deles, mas se você se encantou com o a narrativa de Zafón vale ler os outros dois e esse conto disponibilizado na Amazon (só em inglês) sobre o surgimento do maravilhoso Cemitério dos Livros Esquecidos.

Esse é um livro daqueles que não se consegue largar, que as paginas te absorvem e quando se vê elas estão acabando. Foi assim até mesmo na releitura quando sabia o que iria acontecer. É um livro para amantes de livros cheio de grandes frases sobre ler e a importância dos livros. Não estava enganada há 10 anos esse é sim um livro para emprestar, presentear e divulgar.

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