Entrevista

Bate papo com Colleen Hoover

Este ano, além dos eventos na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, diversas livrarias foram “palco” de eventos “Off-Bienal”. Uma delas foi a Livraria da Travessa do Barra Shopping, que recebeu Colleen Hoover e centenas de fãs!

Antes de escrever sobre o que Colleen falou, preciso deixar aqui mais uma vez o meu muito obrigada ao Grupo Editorial Record que, mais uma vez, apostou e confiou no meu trabalho. Mediar Colleen foi uma delícia ainda mais porque fiz isso com Tita Mirra, minha amigona que me apresentou os livros da Colleen. Então duplo YAY! Ah, e não esquecendo a profissional Priscila Catão, que nos ajudou com a tradução durante o evento e que é a tradutora dos livros da Colleen aqui. ARRASOU, PRISCILA!

Bem, o evento aconteceu no dia 7 de setembro (aniversário da Tita! Olha que lindo!) e, ao chegar no shopping, já dava para notar o ar de “fangirling”. Sorrisos, lágrimas e muita expectativa. Antes de tudo começar, eu, Pri, Tita e Guilherme fomos falar com a Colleen em um restaurante onde ela estava almoçando. Depois das apresentações feitas (e de alguns “Nossa, como somos suas fãs!”), passei as perguntas que faríamos para ela, expliquei como seria o esquema e eu e Tita demos a ela um bracelete no estilo do que Sky tem em “Um caso perdido”. Eu, Tita e Colleen temos o mesmo e sim, somos todas adolescentes! Viva nossos 14 anos!

Continuando …. chegando na Travessa, passamos para a galera como seria o bate papo. Ele aconteceu no auditório da livraria, localizado na parte de cima. Ele tem uma parede de vidro – como um aquário – , então abrimos as cortinas para que todos que estivessem fora pudessem ver a Colleen e vice-versa. Tivemos também uma câmera lá em cima que transmitia a imagem dela para um telão no centro da livraria e o microfone ficou “aberto”. Assim, mesmo o pessoal que não conseguiu ir para o auditório conseguiu acompanhar o bate-papo e participar do mesmo (fui lá embaixo pegar perguntas da galera também!).

Eu e Tita fizemos algumas perguntas e depois passamos para a tropa de fãs da Hoover responder. E foi muito legal! Confira aqui um pouco das respostas e alguns comentários sobre o evento.

colleen

Colleen Hoover é mãe de três filhos. Formada em Serviço Social, ela começou a escrever há apenas quatro anos e a publicar de forma independente. “Não era minha intenção esse sucesso. Coloquei o ‘Métrica’ na Amazon para minha avó ler, porque ela tinha ganhado um Kindle, era só para a família. E eu quis tirar da Amazon depois de uma semana, porque depois desse período eles obrigam a cobrar pelo livro. Mas não tirei e três meses depois o livro estava na lista de best-sellers no New York Times, na base do boca a boca. Naquela época era fácil publicar por conta própria, hoje é mais difícil”, explicou Hoover.

Quando perguntamos a que ela atribui o sucesso do new adult, mesmo entre leitores mais novos e mais velhos do que o público-alvo, Hoover respondeu: “Acho que tem a ver com os anos de crescimento, com vivenciar as coisas pela 1a vez, eu mesma conheci meu marido com 16 anos. É legal lembrar dessas coisas, e qualquer pessoa se identifica. Não é só para um público com a mesma idade dos personagens. Tem um grupo de leitura de uma igreja, com senhoras de 80 anos, que lê meus livros”.

(Achei FOFOOOO! Imagina as senhorinhas suspirando e ficando com rosto rosado de sapequice!)

Colleen Hoover adora música, fala muito sobre poesia e une essas artes da sua forma de se expressar: a literatura. Como é criar esse emaranhado?

“Faço isso para manter a novidade no gênero, descrever os personagens se apaixonando de uma maneira criativa. No ‘Métrica’, eu queria incluir a poesia slam. No ‘Maybe Someday’, os personagens compõem, e os leitores gostam de ter uma playlist do livro, por isso que pedi ao Griffin. Gosto de incluir arte nos livros. Em ‘Confess’, o personagem é um artista e a arte dele está no livro. O único problema é que estou ficando sem formas de artes diferentes para os próximos livros”.

Ler Hoover dói! Abraça, gente, porque é verdade! Nos apaixonamos por suas personagens, por suas palavras, mas ambas acabam dilacerando nosso coração durante a leitura (depois ele sara, mas mesmo assim, dói!). Mas todas as tragédias narradas por Hoover são bastante reais. Então, como é criá-las? Os personagens aparecem primeiro ou as situações?

“Eu gosto de fazer os leitores chorarem. (aqui a galera riu horrores!) Não sou sensível, não fico abalada com tristeza e não lembro de ter chorado durante um livro (aqui a gente ficou meio chocada!). Mas gosto de observar pessoas e me colocar na situação delas. Acho fácil escrever sobre isso. Minha família fica se perguntando como aquelas histórias sentimentais saíram de mim, por me acharem pouco sensível. Mas ao trabalhar em Serviço Social, quando precisava investigar alegações de abuso, vi muitas coisas ruins e feias do ser humano e acho que parte dessas ‘tragédias’ vem dali. Quanto a criação, cada livro tem sua maneira. Por exemplo, em “O Lado Feio do Amor”, eu quis fazer a transformação de uma pessoa feliz para algo diferente, e pensei na situação mais triste possível para que isso acontecesse, e por isso escrevi os capítulos do Miles primeiro. Só depois desses concluídos que passei a escrever a Tate. E não tinha o personagem Cap, mas vi que estava faltando alguma coisa, um confidente para a Tate. E me perguntei por que não um senhor de 80 anos? Eu reescrevi a história só para encaixá-lo, e não me inspirei em ninguém”.

E CLARO que tivemos que saber como vai a adaptação cinematográfica de “O Lado Feio do Amor” néam?!

“Em relação ao filme eu não sei, depois que os direitos são vendidos eu não influencio o processo, mas tenho certeza de que eles vão fazer jus à história. Sei que estão fazendo testes para o papel de Tate, e que estão preparando o roteiro. O Nick (Bateman – que interpretará Miles) está bem animado”.

E a mulherada surtou! Quer entender? Joga o nome Nick Bateman no Google. De nada!

Colleen Hoover é best-seller e tal, mas estava enfrentando um bloqueio criativo. E como ela lida com ele? Nós perguntamos!

“O que ajuda nessa situação é escrever, não importa se é no tema que causou o bloqueio ou não. Pode ser outra história, você pode estar achando bom ou não o que está escrevendo, o que importa é escrever. Então eu tenho uma história que sempre escrevo quando fico com bloqueio. Ela está no meu blog e dá para acompanhar. Escrever ajuda a desbloquear”.

O link para a história é esse aqui

E com tantos personagens masculinos sensacionais, será que eles são “baseados em fatos reais”, ou melhor, em pessoas reais?

“Todos eles são inspirados no meu marido, que é um homem bom, um ótimo pai. Não consigo escrever sobre um bad boy, uma pessoa mais durona. Prefiro criar personagens sensíveis, pessoas boas”.

Curiosidade: Quando perguntada “se tivesse que reler um livro para o resto da vida, qual seria?”, Colleen revelou que não lê o mesmo livro duas vezes, mas disse que amou “Mar de Tranquilidade” da Katja Millay. E a escolha foi DIVA porque o livro é sensacional! Tem resenha dele aqui.

E o que os filhos dela acham do seu sucesso. Como afetou a vida deles?

“Esses anos foram difíceis, vivemos na pobreza por anos, e agora a vida deles mudou. Não quero que fiquem metidos ou mimados, não quero que mudem, por isso falo que a gente não tem dinheiro para pagar a conta de luz. (geral riu horrores!) Mas eles não se importam. E moramos numa cidade pequena, eles estudam na mesma escola em que estudei. As pessoas sempre me conheceram, então não afeta muito a vida deles. E meus filhos acham que meus livros são românticos demais. Um deles, depois de ler ‘Métrica’ e ‘Pausa’, me disse que só voltaria a ler um livro meu se eu escrevesse algo com dragões”.

Alguém já partiu seu coração?

“Eu tive um primeiro namorado meio louco, mas fui eu que parti o coração dele. A mágoa é quando meu marido me trai nos sonhos, aí eu fico com raiva dele um pouco e depois passa”. Mais risadas da galera! Como não amar?

Colleen Hoover arrasou em sua passagem pelo Rio de Janeiro e agradecemos muito a editora por tê-la trazido. Agora é esperar para ler “November 9th” que eu preciso pra ontem!

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