Coluna

A Bela e a Fera

Cantoria, vilania e amor. Não tem como não amar o live action, mas tem o que criticar.

Quando foi divulgado que “A Bela e a Fera”, minha animação favorita (seguida de pertinho pela “A Pequena Sereia”), seria transformada em live-action (com atores de carne e osso), gelei. Pensei que seria um problema, que estragariam a animação original e tal. Aí veio a notícia de que Emma “Hermione” Watson interpretaria Belle. E aí eu não gelei, eu peguei fogo de raiva. Quando vi as primeiras imagens, parecia Hermione fazendo cosplay de Belle! Aí vi as primeiras cenas e a linguagem corporal dela está totalmente século XXI “vou ao shopping” e não “camponesa de épocas passadas”. Sim, sou fã, sou detalhista e sou chata. Mas também paguei para ver e, embora Emma não seja minha Belle, ela não é mais a Hermione e isso, minha gente, já é um avanço enorme! E o live action de “A Bela e a Fera” é lindo, forte, mas poderia ser ainda mais incrível. Nessa “Sexta literária” eu explico minhas razões para pensar assim.

Já digo logo: ESSE TEXTO TERÁ SPOILERS DO FILME! Pronto! Avisei! Depois não reclama!

Vamos começar do início: a animação da Disney de “A Bela e a Fera” não é tão próxima do original. O live action se aproxima um pouco mais – com o motivo da prisão de Maurice ser o roubo de uma rosa para Belle -, mas também não é fiel por completo ao conto de fadas que é muito mais sinistro e tenso. Para conferir o conto original, recomendo o exemplar da Editora Zahar de “A Bela e a Fera”. Coisa mais linda!

Continuando, a sequência inicial do filme está belíssima e traz um pouco mais da história do Príncipe (que ainda não sei o nome, gente! Help!), que foi brilhantemente interpretado por Dan Stevens. Ele não fala no início, mas se expressa absurdamente bem. Sua Fera é CG demais para o meu gosto (gostaria mais se fosse maquiagem), mas sua personalidade é complexa como deveria ser. Não é um vilão ou um monstro, mas sim uma pessoa desesperada e perdida dentro de si que precisa de ajuda para voltar a se encontrar. Entendi como ele conquistou Belle, embora o “I love you” de Emma Watson tenha deixado a desejar. Já mencionei que sou chata E exigente? Pois é.

O elenco do filme é brilhante, embora muitos só apareçam no final e tenham apenas emprestado seu talento por meio de sua voz. Kevin Kline como Maurice, pai de Belle, está excelente assim como Luke Evans que interpreta o vilão Gaston. Aliás, na animação, Gaston é estereotipado, mas no longa ele começa como um marombado metido a gostosão que quer a gata da vila, mas se mostra um maníaco homicida sem qualquer escrúpulos. Isso foi além do que estava esperando, mas gostei. Não é somente um cara machista e sem noção, é um criminoso! Ficou claro que ele é um vilão com “V” maiúsculo, mas acho que foi tudo meio corrido e que poderia ter sido mais bem explorado. Talvez, para amenizar o tom sombrio do personagem, a comédia utilizada em seus momentos narcisistas tenha desviado o foco da história do personagem. Não sei, mas senti que poderíamos ter ido mais a fundo nessa vilania.

Ainda falando em atuação, Emma tem momentos excelentes, mas ainda se mostra um pouco desconfortável com o personagem. É como se ela quisesse muito ser Belle, mas não está confortável em sua pele. Difícil explicar isso, mas é como me senti assistindo ao filme. Em algumas cenas, ela arrasa, como foi quando volta a vila e fala da Fera. Outros momentos excelentes são quando ela e a Fera estão em Paris e quando ela está conversando com os habitantes do castelo e/ou tentando fugir. Basicamente, quando Belle está ou muito zangada ou muito revolts ou muito triste, Emma arrasa. Quando Belle está apaixonada ou de boas, Emma deixa a desejar. Vai entender….

Embora eu seja completamente apaixonada pela Fera, quem reinou absoluto nesse filme foi LeFou. Interpretado por Josh Gad, a voz de Olaf de “Frozen”, LeFou levou o filme no bolso! Não somente ele passou de um fanboy do Gaston para um amigo apaixonado por ele, como também se empoderou no fim do filme e fez a coisa certa. A-DO-REI! E os momentos mais engraçados acabam sendo dele também, que de bobo não tem nada!

A cena da morte da Fera foi muito emocionante. Durante todo o filme, vimos o coração da Fera sarar e voltar a se quebrar e acompanhamos seu relacionamento com os habitantes do castelo. Quando a última pétala cair, eles literalmente permaneceriam objetos. Nada mais de dança ou cantoria ou interação. O castelo se tornaria um lugar ainda mais quieto e triste e a Fera ficaria sozinha em vários níveis diferentes. E a pétala cai, os olhos azuis e esperançosos da Fera se fecham e nós vimos um pouco do que seria esse fim e é de partir o coração. Porque nós somos a Bela nesse momento. Nós nos apaixonamos pela Fera e nos envolvemos com Lumiere e Cogsworth e Mrs. Potts e Chip. E a última troca de palavras entre Belle e a Fera foi muito bem escrita e …. graça a Deus que o filme é baseado na animação e que sabia que teríamos um final feliz porque, GENTE! CHOREI!

Eu gostei muito do filme e achei muito bem adaptado. Adorei o fato de que temos alguns acordes das músicas “Human Again” e “Home” que são de “A Bela e a Fera” da Broadway, além de músicas novas. Senti que pontos mais complexos poderiam ter sido mais explorados, mas sei que o impacto disso no filme o tornaria mais longo e até mais sombrio.

Acho que o live action de “Cinderela” também foi extremamente bem feito. Embora ele não seja musical – o que achei uma excelente escolha -, ele toca em temas como gentileza, coragem e integridade. E, claro, acreditar em seus sonhos. Em “A Bela e a Fera”, embora seja o musical, ele também traz o tema de valorizar a beleza interior, de fazer certos sacrifícios pela sua família, por quem nós amamos. Esses valores precisam ser debatidos e explorados em filmes e animações porque são atemporais e necessários, acho que agora mais do que nunca! Em suma, adorei o filme e quero ver de novo!

Listei aqui embaixo mais alguns pontos do filme. Vem comigo!

Cantoria. Até a metade do filme, já estava de saco cheio de tanta cantoria. E olha que eu amo as músicas do desenho! Mas do meio para o final, adorei! Acho que o filme encontrou o ritmo e embarquei feliz.

Sotaques. Alguém me explica porque alguns personagens têm sotaque francês, alguns tem sotaque britânico e alguns não têm sotaque algum? Fiquei perdida e não curti.

E, porque não poderia faltar: EU QUERO AQUELA BIBLIOTECA!!!!!

E você? Viu “A Bela e a Fera”? Então conta aí o que achou!

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2 thoughts on “A Bela e a Fera
  1. O nome do príncipe é Adam, Frini 🙂
    E sabia que Human Again foi feita para o desenho, mas acabou fora do corte final? Eu tenho um dvd comemorativo de aniversário de Bela e a Fera que tem a cena! É linda.

    Eu concordo com praticamente tudo que você falou! Sou MEGA fã de Bela e a Fera e estava MUITO ANSIOSA para o filme. Eu achei que ele foi bom, mas poderia ter sido MUITO MELHOR e eu fiquei um pouco chateada com algumas coisinhas (sou chata).

    Uma coisa que me incomodou muito no filme foi a Fera 🙁
    Eu gostei deles terem dado justificativas para seus comportamentos, mas a Fera do desenho (e a da minha cabeça e do meu coração) é um cara/bicho escroto, que é grosso o tempo todo e não sabe se comportar (não sabe nem ler direito!). A Fera do filme era um príncipe velho (no desenho o príncipe é uma criança de 11 anos quando é enfeitiçado e fica assim até os 21 anos), mimado e que toda vez que tentava ser “grosso” parecia que estava dando um ataque de pelanca :(((( Fiquei decepcionada, hahaha.

    Beijossss!

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