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Capitã Marvel – os quadrinhos

A Capitã Marvel não era uma das personagens mais destacadas da editora até que a produção do filme foi anunciada em 2014. Na verdade, ela tinha sido recém-promovida a Capitã apenas dois anos antes! Não parece, mas a história da personagem é longa e remonta a 1968.

A estreia, ainda com o uniforme verde e branco

Carol Danvers era chefe de segurança da base de Cabo Canaveral quando um espião do Império galáctico Kree veio  investigar a Terra. Era Mar-Vell, também conhecido como Capitão Marvel. Ela acaba no meio de uma disputa entre Mar-Vell e seu rival Yon-Rogg. A explosão de uma máquina Kree – o psicomagnetron, capaz de transformar pensamentos em realidade – acaba fundindo o DNA humano dela com o DNA Kree de Mar-Vell, e ela ganha poderes semelhantes aos dele. Essa explicação está mudando, mas eu chego lá.

Ela ganhou revista própria em 1977, se tornando a principal heroína da Marvel em carreira solo (outras heroínas estavam afiliadas a grupos como os Vingadores ou os X-Men), que abraçava o feminismo dos anos 1970. Era então Ms. Marvel (o Ms. é um honorífico feminino neutro, usado independentemente do estado civil de solteira (Miss) ou casada (Mrs.), e que entrou na moda no início daquela década). Ficamos sabendo também que ela se revoltou contra o pai machista que só queria pagar a universidade pra um filho homem. Carol deveria se casar. Ela fugiu de casa e se alistou na Força Aérea. Agora, deixava a Força Aérea para ser editora de uma revista feminina sob a batuta de J. Jonah Jameson. Claro que não podia dar certo, e ela acaba demitida. Um uniforme novo não adiantou para salvar a revista, que durou dois anos.

Binária. Lembra alguém?

Ela passou a fazer parte dos Vingadores, mas a Marvel parecia não saber muito bem o que fazer com a personagem. Ela foi sequestrada por um super-ser cósmico, para engravidar e dar à luz… ele mesmo. Não perguntem. Essa fase ultrajante foi praticamente “apagada” da realidade mais tarde. Teve as memórias roubadas por Vampira/Rogue. Andou com os X-Men, mudou de nome e poderes (“Binária” era uma espécie de Fênix Negra do B). Mudou de nome de novo para Warbird, virou alcoólatra, se recuperou com a ajuda de Tony Stark, e voltou aos vingadores. Ufa… Como essa moça sofreu nas mãos dos editores e roteiristas indecisos da Marvel!

Só em 2006 voltou a ter revista própria, que durou mais quatro anos e teve até uma desenhista brasileira, Adriana Melo. Nessa volta Carol Danvers resolveu boa parte dos traumas da fase anterior, deixando a personagem pronta pra mais um reboot, depois de um hiato de mais dois anos.

Em 2012, finalmente a personagem ganhou sua primeira escritora, Kelly Sue DeConnick. Assumiu o posto de Capitã (Mar-Vell morreu numa minissérie em 1982). O novo uniforme foi um marco: deixou de ser o maiô com pernas de fora, e apesar de ainda ser justo, tinha mais cara de uniforme mesmo. Os seios também diminuíram, e a personagem passou a ser menos objetificada. O olhar feminino era uma clara opção da Marvel pelas meninas, e não mais pelos meninos adolescentes. Foi DeConnick que veio com o lema “mais alto, mais longe, mais rápido”, slogan do filme. Não foi o último recomeço, a série ainda teve a numeração zerada e reiniciada mais quatro vezes! Mas foi DeConnick que estabeleceu a linha pras escritoras (todas mulheres) que se seguiram. Nos últimos anos, Carol Danvers teve participação decisiva nas duas Guerras Civis, no combate à invasão Skrull e ao Império Secreto, e comandou a Tropa Alfa, encarregada de impedir invasões extraterrestres. E ainda arrumou tempo pra namorar James Rhodes (Máquina de Guerra).

Na recente minissérie A Vida da Capitã Marvel (Panini), desenhada pelo brasileiro Carlos Pacheco e lançada para reapresentar a personagem ao público antes do filme, a Marvel introduziu uma novidade sobre a origem dela… que não vou contar aqui porque imagino que não seja mera coincidência, e sim uma justificativa canônica pra uma revelação no filme. Então nada de spoilers, depois a gente comenta.

Mas quem afinal é Carol Danvers? É uma mulher ultra-determinada, que nunca desiste, nunca se entrega. Às vezes é impulsiva, intempestiva, teimosa, e age antes de pensar. Isso também cria mal-entendidos e conflitos desnecessários, principalmente nas primeiras fases como Ms. Marvel. Mas é extremamente leal e dedicada, está sempre disposta a se sacrificar nem que seja pra salvar um único civil.

Chega ao cinema como a heroína mais poderosa da Marvel, com a missão de salvar um Universo inteiro.

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