Televisão

House of Cards – 5ª temporada

“Escolher dinheiro ao em vez de poder. Um erro que quase todos cometem” – Frank Underwood

A quinta temporada de House of Cards (trailer) não é tão viciante quanto as anteriores e mesmo assim consegue te apresentar com algumas boas surpresas. É uma temporada regular que termina em uma boa promessa.

O Ferreira, colega lá no podcast Depois dos Créditos, costuma dizer que “The West Wing” é como a política deveria ser; “House of Cards” é como as pessoas acreditam que seja e “Veep” é como deve realmente ser” e é isso que a série do Netflix tenta consolidar, essa visão torpe do que Maquiavel escreveu em “O Príncipe”, onde tudo se justifica pela permanência no poder. A quinta temporada começa com os EUA prestes a ir as urnas para eleger um novo presidente, é a eleição mais demorada que já vi em uma série, são quatro capítulos para chegarmos lá e mais uns tantos até termos o resultado final. É um plot interessante para quem quer conhecer os meandros das leis eleitorais americanas. É impossível assistir essa primeira parte do seriado e não fazer um paralelo com o que vivemos aqui no Brasil. Em um dado momento Frank pode ser eleito pelo congresso, aqui, caso Temer caia, é o congresso que elegerá um novo presidente em eleições indiretas; as leis eleitorais são confusas e antiquadas e é disso que se vale Frank para continuar no seu projeto de poder.

A construção da chega ao poder dos Underwoods foi cheia de altos e baixos e Frank é um personagem bem construido que na ultima temporada passou um tempo fora do jogo, esse período começou a consolidar Claire como não apenas uma peça importante no jogo e sim como uma igual. O mais claro sinal de que Claire mudou de patamar ao final da quarta temporada é a cena final do último capitulo quando ela se junta a Frank na quebra da quarta parede. Essas quebras são uma característica da série e nessa temporada chegam a um novo patamar, as conversas de Frank conosco são cada vez mais longas e com dinâmicas próprias que acrescentam a narrativa, a primeira dessas quebras elaboradas me gerou uma estranheza a principio e depois um fascínio e mesmo assim ele perde para a quebra de Claire, por ser inusitada e ao mesmo tempo mostrar o que nos espera.

O plot da temporada são as dificuldades de manter o poder, alguns crimes do passado voltam para assombrar os Underwoods e as eternas tramas para acabar com os adversários estão em cada cena. A reviravolta dos últimos episódios é bem inesperada mas não causou uma surpresa, por mais contraditório que isso seja. O melhor novo personagem é o de Patricia Clarkson, sua Jane Davis com uma cara um pouco perdida mas que domina todos os meandros do poder, que manipula e joga sempre para ganhar é bom para a série, é como se finalmente o casal tivesse um igual para se aliar ou duelar. É um personagem que pode trazer muito para a série.

Essa quinta temporada não é tão boa como as anteriores, “House of Cards” começa a mostrar sinais de fadiga, são sinais que já vinham de temporadas anteriores e que se mostram mais aqui. Continua sendo uma boa série, com Robin Wright e Kavin Spacey brilhando, só que começo a concordar com a série inglesa, onde a produção do Netflix é baseada, e achando que três temporadas seria o suficiente para os Underwoods. Ainda tenho esperanças de que é possível corrigir o rumo e o final da temporada me dá esperanças. Aguardemos.

 

 

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