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Insaciável

Vampiros estão em toda a parte e, como qualquer coisa que é demais enjoa, eles começam a enervar as pessoas pela sua onipresença. Essa é uma das premissas da personagem Meena, protagonista do primeiro romance da nova série de Meg Cabot. Antes de tudo deixe-me dizer que é o primeiro livro de Cabot que leio e com isso não tenho lá muita referencia sobre sua literatura, meu conhecimento anterior sobre ela era a versão cinematográfica de “diários de princesa” , um filme bem mais ou menos, e o frenesi que aconteceu com a sua vinda a ultima Bienal no Rio. Tendo dito isso, “Insaciável” me conquistou logo nas primeiras páginas, exatamente por essa visão sarcástica de que vampiros são uma moda e eu terei que entrar nela, me pareceu que Cabot falava um pouco através de sua personagem sobre ter que aderir a um modismo.

Meena é uma das roteiristas de uma novela, não uma novela como as brasileiras e sim uma soap opera americana daquelas que tem enredos inacreditáveis e atuações iguais as das novelas mexicanas. Nossa heroína tem o dom de saber quando as pessoas vão morrer e ela lida mais ou menos bem com a situação, tenta ajudar quem ela pode, mas sabe por experiência que não é possível salvar todos e que seu dom assusta as pessoas. O melhor de Meena é o seu sarcasmo, sua forma de ver sua própria vida e de lidar com os eventos mais fantásticos que ocorrem ao longo do livro, é verdade que a quantidade de vezes que ela chora me irritaram um pouco, mas faz parte da personagem.

Os vampiros de Cabot são bem mais próximos das criaturas da noite imortalizadas por Bram Stocker do que os seres bons e brilhantes de Stephanie Meyer. Cabot segue a linha de Joss Whedon em “Buffy” e prova que vampiros podem ter sido maus no passado e, até mesmo no presente, e mesmo assim ser sedutores, encantadores e se apaixonar. Tudo bem, conta também o fato de Cabot não ter o moralismo mórmon e isso faz a sua história ser bem mais crível, mesmo se tratando de vampiros. Lucien Antonesco é um ótimo clichê de vampiro, ele é lindo, romeno, rico e aniquila seus inimigos de forma nada sutil. É uma delícia ler um vampiro que age com um vampiro, mais do que isso, as referencias ao Conde Drácula de Stocker, algumas são sutis outras são até explicadas, como o nome da protagonista. Gosto do fato de Cabot ter colocado pitadas de história real ao contar um pouco sobre Vald Tepes.

Triângulos amorosos são a pedida da estação e isso não falta em “Insaciável”, na verdade aqui é só a promessa de triângulo, mas como se trata de uma série ela vai se concretizar cedo ou tarde. Aqui ficamos apenas com um gostinho do que pode ser o relacionamento entre Meena e Alaric, um guarda Paladino. Sim, o outro vértice do triangulo tem como profissão caçar e matar vampiros. Ele é exatamente igual ao seu antagonista, gosta de coisas caras, de conforto, aniquila seus inimigos sem lhes dar chance de defesa e mesmo assim acha os vampiros a encarnação do mal, algo que deve ser exterminado. É incapaz de ver semelhanças entre sua personalidade e a de Lucien. Tenho grandes esperança para o futuro da série no aspecto amoroso.

O que mais me encantou na escrita de Cabot foi o fato dela abraçar os clichês e mesmo assim produzir um romance tão divertido. O livro é mais engraçado do começo, ele vai perdendo um pouco de sua ironia com a proximidade da batalha final e mesmo assim é uma deliciosa leitura. Agora é esperar

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