O segundo volume da trilogia “O Século” de Ken Follett chega as livrarias brasileiras seguindo a mesma linha do primeiro livro, ou seja, bem mais de 500 paginas e uma gama enorme de personagens que expõe o panorama do conturbado século XX.
Todos os ótimos personagens do primeiro livro reaparecem, mas agora são secundários, quem domina a ação são seus filhos. Depois de dois anos de espera estava com saudades de Maud e Ethel, minhas personagens preferidas em “Queda de Gigantes”. Elas aparecem pouco mas o reflexo de suas personalidade nos filhos é visível.
“Inverno do Mundo” começa cerca de 10 anos do termino do primeiro livro. O Nazismo é crescente na Alemanha, Stalin comanda uma ditadura cruel na Russia e o New Deal começa a reestruturar os EUA depois do crash da Bolsa em 1929. Esse é o panorama a que somos apresentados logo nos primeiros capítulos. Follett tem uma escrita ágil e, até certo ponto, didática sobre os acontecimentos mais importantes o que faz com que o leitor menos ligados a fatos históricos consiga administrar o andamento do livro. A mescla de personagens históricos com os fictícios emprega uma verdade ao que é contado, o leitor sabe o que vai acontecer no macro, Hitler vai perder ao final da guerra, e mesmo assim se vê hipnotizado pelas paginas.
Os personagens masculinos são bons, com destaque para Lloyd e Volodya, um inglês e um russo, ambos com ótima visão do mundo que os cerca e das mudanças que ocorrem. Volodya é um personagem que pode dar muito pano ara a manga no terceiro livro sobre a Guerra Fria, ele e seus filhos, já nesse volume ele questiona o regime sovietico. Entre as mulheres duas se destacam Daisy e Carla. A primeira começa a historia como uma socialite americana deslumbrada e se transforma, seu romance com Lloyd é pelo que o leitor torce, como torceu por Robert e Maud no primeiro volume. A segunda, Carla, é a guerreira da historia, sobrevive a tudo na Alemanha, tem um romance bonito mas o que a faz um personagem inesquecível é a sua luta implacável pelo seu pais. Sem quere contar spoiler, ao terminar o livro fiquei com muita dó da família Von Ulrich, nada dá certo para eles, torço, desde já, por uma redenção no ultimo livro. Follett adora um final feliz e essa família está merecendo isso mais do que qualquer outra.
Follett gosta de proteger seus personagens, não tem muitas mortes de personagens principais em seus livros. Aqui a proteção não acabou pro completo, mas ficou mais flexível, temos algumas mortes, algumas brutais, outras de partir o coração. É uma boa decisão de Follett não deixar seus personagens principais “protegidos”, afinal ela está falando sobre guerra e nela há mortes, ninguém sai ileso. Isso deixa o leitor tenso, torcendo para que os seus personagens preferidos sobrevivam.
Como no primeiro volume esse deixa muitas crianças para liderarem a história que fechará o século, que venha a Guerra Fria, a luta pelos direitos civis nos EUA, as greves no governo Margaret Thatcher, as guerras no Afeganistão e Vietnã, enfim Follett ainda tem muita história para contar e mais uma vez deixa tudo bem encaminhado para mais uma geração destas famílias. Agora é esperar até 2014.
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