Coluna

Laurie: o lado doce de Stephen King

Eu juro que a minha intenção para a coluna de hoje não era escrever sobre o Stephen King, mas no início da tarde de ontem ele deu um presente aos fãs anunciando que havia um conto inédito dele disponível em seu site oficial. Twitter e Facebook foram a loucura, principalmente porque estamos a quatro dias do lançamento oficial do seu novo livro: Outsider, e King comentou que o conto era um pequeno aperitivo para quem está ansioso por sua nova história.

Basta entrar no site e ler o pequeno conto de 32 páginas. Ele é uma carta de amor a Molly, Vixen (a quem ele dedica o conto) e todos os cachorros que King já teve em sua vida. Não precisa ser fã do autor para saber que Molly, a corgi mais famosa do mundo, é sua linda cadelinha que praticamente divide o twitter com ele. Entre atacar Donald Trump, comentar filmes, séries, livros e fazer piadas com seus fãs, King usa boa parte do seu tempo online para mostrar fotos de Molly, quem ele chama carinhosamente de thing of evil (coisa do mal). O divertido é que Molly é fofa, não parece nada em ser malvada, apesar de comer móveis e destruir todos os seus brinquedos, a cadelinha parece ser bem dócil e a melhor amiga de Steve. Vixen também é uma corgi, idosa, que pertence a Tabitha King, escritora e esposa de Stephen King há 47 anos.

O misterioso conto que surgiu hoje é bem despretensioso, com uma pitada de suspense mas muito emocionante. Laurie conta a história de Lloyd Sunderland que ficou viúvo há seis meses e perdeu a vontade de viver. Um dia sua irmã surge em sua casa com uma filhotinha de Border Collie mestiça e o obriga a cuidar da cachorrinha que Lloyd prontamente passa a chamar de Laurie. No início Lloyd se vê relutante em ter um cachorro porque não deseja cuidar de mais nada, nem da casa, nem do jardim, muito menos de si mesmo. Claro que Lloyd acaba se apegando à bola de pelo que passa a dividir o teto com ele e aos poucos vai voltando a cuidar de si mesmo. Um evento acontece no meio do caminho, aproximando mais Lloyd e Laurie, mas o importante dessa pequena história é todo o carinho que King transmite através de Lloyd àquele ser adorável.

O que mais me agradou em Laurie, além de ser um conto fofo, num jeito “kinguiano” de ser, é perceber seu antigo estilo ali. É um conto rápido, sem muito floreio mas, dentro do principal evento do conto, o antigo King aparece e agrada muito. Não é genial, não é uma das melhores coisas que ele já escreveu, mas é íntimo, acolhedor e muito emocionante. Parece um abraço que King nos dá para agradecer todos esses anos de devoção, aturando seu lado ranzinza. Vale a pena ler seu pequeno conto despretensioso, receber esse carinho, que também ajudou a amenizar um pouco a ansiedade pela espera por Outsider, que será lançado nos EUA no dia 22 de maio e que no Brasil tem previsão de lançamento para 18 de junho, pela Suma de Letras.

Para ler Laurie, em inglês, basta clicar aqui.

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