Livros Resenhas

Milagrário Pessoal

O escritor angolano José Eduardo Agualusa me conquistou há anos quando me caiu na mão “O Vendedor de Passados”. Foi o primeiro autor africano de língua portuguesa que li. Foi uma descoberta. O fato dele ser publicado pela Editora Língua Geral também colaborou por ser uma leitora fiel, o tamanho dos livros dessa editora é perfeito para carregar e o colorido deles é lindo.

Voltando ao Agualusa e ao seu romance, lê-lo foi um refresco depois de uma sequência de livros estrangeiros. E o tema do livro não podia ser melhor, fala sobre uma neologista que busca o porquê de tantos neologismos perfeitos estarem aparecendo, ela é ajudada por um velho professor angolano. É uma história deliciosa sobre a evolução da língua portuguesa misturada com muitas lendas e mitologias africanas. Não sou fã de realismo fantástico, me incomoda por demais os personagens tratarem acontecimentos extraordinários como se fossem corriqueiros, mas Agualusa consegue inserir elementos fantásticos nos seus livros, incluindo esse, de forma poética e sempre com um contra ponto de questionamento que muito me agrada.

O que sempre me surpreende ao ler autores de língua portuguesa não brasileiros é a enorme influência que a nossa cultura tem. Seja nos livros da portuguesa Inês Pedrosa ou no angolano Pepetela em algum momento surge uma referência a Jorge Amado, Guimarães Rosa, Chico Buarque ou Caetano Veloso. Isso faz com que as histórias mesmo sendo passadas na África ou na Europa tenham um quê de familiaridade.

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