Coluna

Minhas lágrimas de 2019

Olha, eu não sei se cheguei a contar pra vocês a promessa que fiz em 2018, na véspera de ano novo, mas eu gostei tanto que vou repetir agora na virada de 2019 para 2020. A promessa foi que toda vez que eu chorasse teria que depositar 50 reais na poupança. E eu fiz isso. Cumpri a promessa. No total, chorei 33 vezes. R$1650.

A ideia era, óbvio, tentar guardar algum dinheiro, porque nunca tive poupança, e agora com um emprego fixo, e com esse incentivo, talvez eu fosse capaz de guardar alguma coisa… E, além disso, queria também fazer um diário para entender por que eu normalmente choro. E não é que eu consegui?

Fiz uma lista bonitinha de todas as vezes que chorei e o motivo, e consegui juntar – oh well – 1650 reais. Bem, pelo menos até esse mês. Porque aí veio a droga de uma promoção de fim de ano de uma coisa que estava querendo comprar há séculos e não pude resistir. Me dei de Natal um presente bacana. Gastei boa parte do dinheiro. To dura de novo. Enfim. Faz parte.

Mas não vou dizer que não aprendi nada com essa experiência porque seria mentira da minha parte. Eu aprendi muito, sim. Aprendi que com motivação eu consigo me sacrificar e juntar dinheiro, e agora posso fazer isso novamente com mais consciência; aprendi que choro bem menos do que acreditava que chorava; aprendi que 1/3 das vezes que chorei foi por alguma nerdice: cena de série, filme, trailer ou vídeo; 50% foi por me sentir sozinha e não importante, por amor não correspondido e sentimentos ligados a relacionamentos em geral; e por incrível que pareça, as últimas poucas lágrimas, que sobraram dessa lista, derramei por coisas que realmente importavam e significavam alguma mudança séria na minha vida, seja estrutural ou emocional – o que significa que estou focando nas coisas erradas, porque eu devia chorar muito mais por isso do que por bobagens incontroláveis. E esse foi um dos maiores aprendizados.

Ciente disso, farei novamente essa promessa para 2020 e, dessa vez, espero sofrer menos por situações que não merecem minha energia. Quero chorar mais por alegria, saca? Acho que são lágrimas bem mais válidas, que respeitam nosso tempo vivido, dão o devido valor. Lágrimas de sofrimento deixam apenas um vazio e sensação de perda de tempo. Não tô dizendo que é inútil chorar por coisas tristes, até porque é praticamente impossível controlar isso, mas é bem verdade que a gente é que escolhe o que martela na cabeça – pensamentos positivos ou negativos -, salvo exceções de doenças e alterações químicas no organismo e no cérebro, claro. Vocês sabem disso.

Mas até que para um ano inteiro meu saldo está até bem positivo. De 165 dias chorei 33. 20% do ano, sendo que apenas metade desses dias chorei de fato por algum tipo de sofrimento inútil. E quando digo que chorei por sofrimento e que contabilizei essas lágrimas como algo ruim é porque, nesses casos, fico incapacitada de produzir, criar e viver a vida, entende? Não consigo nem dormir nem descansar. São dias que me torno um vegetal e, por isso, pra mim, chorar por sofrimento é algo negativo. Para mim, não é terapêutico. Não é saudável. Se ano que vem eu tiver que chorar mais, tudo bem, “nem todos as lágrimas são um mal” (Gandalf), mas que sejam lágrimas de felicidade.

Por último, pretendo acrescentar só uma coisa para 2020: em vez de apenas listar o motivo das lágrimas, escreverei contos sobre cada situação, buscando ao máximo o significado mais verdadeiro e profundo por trás de cada felicidade ou tristeza. Se essa promessa de 2019 já foi uma experiência incrível, imagine a de 2020… será que consigo?

E vocês? Têm noção de quantas vezes choram por ano e por quê? =)

Desejo a todos um ano novo repleto de boas histórias e muitas surpresas incríveis! <3 Obrigada pela força, pela paciência e por me acompanharem por aqui! Vocês são incríveis!

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