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Literatura Africana

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Como descobri a literatura africana em língua portuguesa e me apaixonei por ela.

Meu conhecimento sobre a literatura africana é quase nenhum, mas o pouco que conhece recomendo bastante, principalmente a literatura africana em língua portuguesa.

Tinha acabado de ler o ótimo “Em Tuas Mãos” da portuguesa Inês Pedrosa e entrei na minha livraria preferida, Timbre, e disse que queria ler algo em língua portuguesa que não fosse brasileiro. Os livros indicados foram formando uma pequena pilha até que veio a pergunta “você já leu O Vendedor de Passados, né?”. Disse que não e a reação foi imediata, “esquece todos esses e lê o Agualusa, você vai amar”. Nada como ter uma livraria onde todos te conhecem e dão as dicas certeiras. Fui para casa com o livro do Angolano José Eduardo Agualusa.

Foi amor a primeira página. Primeiro o português usado é bem próximo ao do Brasil, nos livros portugueses, volta e meia, peno com o vocabulário; segundo a história é ótima: um angolano que ganha a vida criando uma historia para as famílias angolanas que desejam um passado mais respeitável. O livro é pequeno e devorei rapidamente, comecei também a tentar entender um pouco da formação de Angola. O livro está sendo adaptado para o cinema no Brasil com Lázaro Ramos e Aline Moraes.

Voltei a livraria em busca de mais literatura africana em língua portuguesa. Além de vários outros Agualusas, descobri Pepetela, Mia Couto, Ondjaki e Nelson Saúte. Aqui no Brasil não é tão fácil encontrar esses livros, quase todos são editados pela Editora Língua Geral, mas eu sigo buscando e sempre que um me cai na mão leio vorazmente.

Quando acabaram os meus livros dos nossos irmãos de língua foi ler o Sul Africano e Prêmio Nobel de literatura J.M. Coetzee. Li bons livros, mas faltava a familiaridade que sinto com os angolanos e moçambicanos. Pode ser porque na maioria dos livros deles ha referencias ao Brasil, seja ao citar Caetano Veloso ou o mercado Roque Santeiro em Luanda (sim, ele tem esse nome por causa da novela).

Ainda estou longe de poder dizer que conheço a literatura angolana e moçambicana, mas hoje tenho um entendimento melhor desses países. Sempre que entro em uma livraria busco os portugueses e os africanos. Ler romances escritos em português me mostra o quanto somos próximos e distantes e a escassez deles nas livrarias brasileiras me intriga. Falamos a mesma língua, temos bons livros e somos incapazes de fazer um bom intercambio. Da minha parte continuarei lendo e recomendando os livros de Angola e Moçambique, é o mínimo que posso fazer por tantas páginas de deleite.

 

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