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Mudbound

“Mudbound – Lágrimas sobre o Mississippi” é desses livros que fui saber que existiam apenas porque o filme foi lançado e eu sou dessas que vê o filme e lê o livro. Ainda bem que sou essa pessoa, o livro de Hillary Jordan é difícil e por isso mesmo ótimo.

Jordan constrói uma história do interior do Mississippi no pós guerra contada por seis narradores, três brancos (Laura, Henry e Jamie) e três negros (Florence, Hap e Ronsel). Vamos focar nas vozes femininas do livro, mas mais ponderadas. Laura é casada com Henry, uma mulher da cidade que se vê morando em uma fazenda sem luz ou água encanada. É ela que conduz boa parte da narrativa, que nos mostra a realidade daquela região, seus costumes, seus preconceitos. É quem tem um olhar um pouco mais critico. Seu contraponto é Florence uma mulher negra que consegue navegar em um mondo onde ela é nada, onde seus direitos seus são inexistentes.

Em um momento em que o mundo parece estar andando pra trás, onde a xenofobia e preconceito vem saindo das trevas e sendo, inacreditavelmente, celebradas. Um livro que mostra a crueza, a violência e irracionalidade do racismo é sempre importante. A construção de Ronsel e a pequena mostra que temos da diferença entre como ele era tratado no seu estado natal e na Europa é um retrato de situações que, em maior ou menor grau, continuam ocorrendo pelo mundo.

“Mundbound” não é um livro fácil de se terminar, você vai vendo o inevitável se aproximando e quer parar de ler para que aquilo não aconteça. As 50 páginas finais são terrivelmente difíceis de ler e deixam um gosto amargo na boca. É uma ótima leitura.

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