Coluna

Mulher Maravilha

Pra variar, não sabia o que escrever na coluna de hoje, aí a Carolina Pinho me deu a ideia de escrever sobre a Mulher Maravilha. Não foi uma ideia do nada, ela foi motivada pelo trailer novo, lançado essa semana, e pela minha paixão pela super-heroína.

Eu fui criada por uma família basicamente só de mulheres, tinha sempre ao meu lado minha mãe e várias tias que sempre me mostraram que eu podia ser quem eu quisesse e fazer o que eu quisesse, bastava me esforçar pra isso. A noção de que algumas coisas eu não poderia ser ou fazer, por ser mulher, sempre vinha de fora. Mas era bem difícil pra mim aceitar aquela regra nova se cresci cercadas por mulheres que lutaram para serem e fazerem o que quisessem.

Dentro desse contexto, a televisão me mostrava que eu poderia ser, inclusive, uma super-heroína. Eu era bem pequena mas a Mulher Maravilha, da Lynda Carter, me encantava. Aquela mulher linda, que parecia uma boneca e ao mesmo tempo defendia o mundo sem medo nenhum. Sem entrar na questão do padrão de beleza imposto, mas na questão de uma mulher feminina e forte, a Mulher Maravilha era tudo que eu queria ser, dentro de minha cabecinha naquela época. Só depois fui conhecer Batman, Superman e companhia (o que me tornou uma DC fangirl, mas isso é assunto pra outra coluna).

Mas a Mulher Maravilha ficou lá entre as décadas de 1970 e 1980, continuando sua vida apenas nos quadrinhos. Não que isso seja pouco, mas ela nunca ganhou o destaque que o Superman tinha e até mesmo o Batman, dentro da cultura pop. Fizeram uma trilogia incrível para o Batman, tornando o personagem cult mais uma vez. Tentaram trazer a Mulher Maravilha de volta para a TV, mas foi um desastre. A DC trouxe de volta o Superman, lhe dando ares de deus. Até que, por fim, decidiram que a trinca tinha que estar completa e aí, como toda diva, ela brilhou. Se Batman V Superman tem muitos defeitos, com certeza a apresentação da Mulher Maravilha não é um deles. E a fangirl que vive em mim chorou ao ver sua heroína favorita ganhar vida de forma tão espetacular.

Desde então o mundo se curvou novamente a ela. O cinema percebeu a urgência de existir heroínas fortes e com essa urgência o mais natural seria que um filme solo da Mulher Maravilha existisse. Quase 40 anos se passaram, estamos em 2017, a representatividade feminina na cultura pop apenas cresce, apesar dos haters, e eu fico muito feliz em ver toda uma geração de meninas com a certeza absoluta de que elas podem ser quem elas quiserem. Dessa vez a Mulher Maravilha surge como o ícone de uma geração que já sabe o poder que tem.

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