“Pessoas Normais” é desses livros que ficaram aparecendo toda a hora no meu feed e que coloquei na minha infinita lista de leituras. O segundo livro de Sally Rooney furou a fila pelo simples motivo de estar no meu Kindle em um momento em que precisava matar tempo. As maravilhas da sorte. Que agradável surpresa foi começar o ano com essa leitura.
O livro fala sobre o relacionamento entre Marianne e Connell e seus desenvolvimento durante os anos que vão do ultimo ano de colégio até a faculdade. Marianne começa com uma pária no colégio e Connell o popular jogador de futebol. Os dois se conhecem desde sempre, a mãe dele é faxineira na casa dela, e tem uma amizade que envolve apenas eles, ninguém na escola sabe sobre eles. Quando eles chegam a faculdade os papeis se invertem, Marianne torna-se a popular e Connell o pária. Em linhas gerais é isso que acontece no livro, mas não é essa inversão de papeis que importa, “Pessoas Normais” fala sobre muito mais do que isso.
Toda a narrativa é focada apenas no casal principal, todos os demais personagens aparecem e desaparecem sem se saber muito sobre eles e, mesmo que o livro seja escrito em terceira pessoa, o que sabemos deles é pela ótica de Marianne e Connell. Rooney usa as descrições detalhas das cenas e dos sentimentos do casal para criar um história extremamente envolvente, desses em que mesmo onde não acontece quase nada é impossível não querer saber o que vem adiante.
A ansiedade de Connell e a baixa auto estima de Marianne são tratados de forma realista e literária e vão criando uma empatia pelos personagens que vai se solidificando ao longo da leitura. O relacionamento deles é terno, desses que você tem certeza que dará certo mesmo com todos os problemas que eles enfrentam. Os problemas de comunicação entre eles são tão contemporâneos e ao mesmo tempo o relacionamento é tão atemporal, essa mistura talvez seja o grande segredo que faz desse livro tão interessante.
“Normal People” é desses livros onde pouca ação acontece e ao mesmo tempo é rico de história. Sally Rooney foi uma grande descoberta nesse começo de ano, já coloquei na lista o seu primeiro livro.
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