Resenhas

O Bom Inverno

inverno

Um escritor em crise e cocho aceita o convite para passar uns dias na casa de um famoso produtor de cinema na Itália. É com essa premissa que João Tordo cria um romance que mais parece saído de um filme de terror americano, daqueles não tão bons assim.

O narrador, o escritor cocho, passa o primeiro terço do livro se depreciando e criando um clima até divertido e leve sobre sua vida. Ele não acredita em seu talento, sua vida está sem rumo, ele manca mesmo não tendo nenhum problema médico. Essa é a melhor parte do livro. As coisas começam a mudar quando nosso narrador vai para um congresso em Budapeste.

O segundo terço do livro é dedicado a apresentação de novos personagens, principalmente Vicenzo. O italiano deveria ser um escritor sedutor e carismático, o que acontece na realidade é que ele é exagerado e um tanto chato. Não dá para compreender porque todos embarcam na loucura de Vicenzo, mesmo sabendo que é uma loucura, de ir para a casa de um grande produtor de cinema na Itália. Aqui o livro se afasta inicio leve e auto depreciativo e começa a perder um pouco do brilho.

O problema maior do livro está no terço final, é nesse momento que a narrativa se transforma em um policia à la Agatha Christie, e não um bom livro dela. Acontece um crime, a casa é rodeada por um  bosque impenetrável, todos são suspeitos e um louco armado os mantém presos na casa. O que se segue a esse cenário de filme de terror B americano é uma historia que vai perdendo a graça e, até mesmo, o suspense.

João Tordo é um bom escritor, “O Bom Inverno” é um livro bem escrito, o problema é que a historia é mal desenvolvida, muda de rumo, de leve e divertida, para um suspense bem mais ou menos. Pequei o livro com uma certa expectativa e terminei só por terminar.

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