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O Grande Gatsby

Considerado o grande romance americano “O Grande Gatsby” ganhou mais uma adaptação para o cinema.

“O Grande Gatsby” é considerado o grande romance americano e eu sempre adiei lê-lo. Não tinha nenhuma razão para tal, era só um daqueles livros que ficava adiando a leitura. Com a data de lançamento da nova adaptação cinematográfica na mão resolvi, finalmente, encarar as paginas de F. Scott Fitzgerald.

A escritora portuguesa Lidia Jorge disse em uma palestra que certos livros tem o dom de prever o futuro. Essa fala foi a primeira coisa que me veio a cabeça quando estava lendo Gatsby. Publicado em 1925, quatro anos antes do crash da bolsa, o romance através dos olhos de Nick Carraway, o narrador, faz uma grande critica a ostentação e ao dinheiro seja ele das família tradicionais ou dos novos ricos. A critica da sociedade americana no auge soa anos 1920 é só o pano de fundo para a trágica história de amor entre Gatsby e Daisy.

Gatsby é um jovem pobre que se apaixona pela filha de uma tradicional e rica família. Ele enriquece para conquista-la e não desiste mesmo depois que Daisy já está casada com Tom. Isso é a simplificação da simplificação e eu não quero contar muito spoiler.

O meu grande problema com o livro é que nenhum dos personagens me seduz. Nick, o observador, vê a tragédia se configurando e não faz nada. Gatsby, seu mundo misterioso e seu amor incondicional por Daisy, vive em um mundo tão a parte e tão fora da realidade que não consegui me conectar. Daisy e sua incapacidade de se rebelar contra regras de uma sociedade tradicional parece mais uma vilã do que a mocinha da historia. Tom é o retrato do homem da ata sociedade de sua época, um pouco mais caricato para se encaixar melhor como o vilão do livro.

Eu entendo a importância do livro até como um retrato da sociedade americana no pré-crise de 1929, mas não é um livro que me encha os olhos, mesmo com a escrita maravilhosa de Fritzgerald. Serviu mais para colocar mais uma figurinha no meu álbum de grandes escritores que moraram em Paris no anos 1920. Esse grupo conta com Hemingway, Ezra Pound e alguns outros.

Mudando de literatura para o cinema. Vi a nova adaptação de Gatsby para a telona uma hora depois de terminar o livro. O filme vai agradar mais os fãs do diretor Baz Luhrmann do que os do romance. Como no livro os personagens não me disseram nada, talvez tenha sido captada a essência do livro, não sei. Essa falta de conexão dificulta assistir a mais de duas horas de filme.

Nenhum dos três atores principais está muito bem. Tobey Maguire com seu Nick é fraco, Carey Mulligan como Daisy não tem o poder de encanto que a personagem tem no livro e Leonardo DiCaprio está aquém do mistério e da dor de Gatsby, principalmente no final do filme.

Para quem é fã de Luhrmann, eu sou uma grande admiradora, o filme tem todas as suas assinaturas. É exagerado, as festas parecem raves alucinadas e chiques, com explosão de cores. A trilha sonora moderna na atmosfera dos anos de 1920 é ótima e funciona. Toda a artificialidade, todas as cenas, mesmo as externas, parecem, ser filmadas em estúdio. Tudo está no filme. Nesse trabalho Luhrmann acrescentou um novo elemento ao seu repertorio: o ótimo uso do 3D.

A mistura de um famoso romance, um elenco talentoso e um diretor que sabe imprimir sua assinatura podia ter gerado uma obra prima, mas resultou em um filme longo, cansativo e que enche os olhos.

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