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O Sorriso da Hiena

Comecei a escrever essa resenha umas cinco vezes, mas nunca a primeira frase fazia jus ao que queria dizer. Então, sem delongas ou frases de efeito, vou direto ao ponto: eu li “O Sorriso da Hiena” e foi tenso, bem tenso.

A história me fez lembrar seriados como “Criminal Minds”: um assassino em série quer repetir o que foi feito com ele na infância para entender se essa barbárie foi o que o transformou em um monstro. E para isso ele traz um psicólogo nessa jornada digna de pesadelos.

Mas não seguimos somente esses dois personagens complexos, mas sim uma série de outros que, ao longo do livro, se tornarão vítimas (ou não) do assassino ou da cumplicidade do psicólogo. E ter empatia por personagens e então perdê-los é essencial para criar um vínculo com o que estamos lendo. Isso e, claro, uma excelente história e narrativa, ambas habitat natural de Gustavo Ávila.

Embora o livro seja em terceira pessoa, senti um certo tom noir na narrativa de Ávila, o que me proporcionou uma atmosfera elegante em meio a uma sequência bem amarrada de pistas, cenas gráficas e questionamento ético, que, para mim, é o diferencial do livro.

“O Sorriso da Hiena” é uma tapeçaria bem costurada como todo bom thriller deve ser. Mas seu ponto alto não é somente a boa história ou boa forma de contá-la, mas o que ela causa no leitor em termos de reflexão. O certo e o errado não deve deixar dúvidas, assim como a moral e a ética, mas no meio dessas páginas, toda fronteira fica nebulosa e se assemelha muito à barbáries que vimos em nosso dia a dia (e, provavelmente, o que ocorre e nem ficamos sabendo).

Resumindo para não entregar mais da história – porque quero MUITO comentá-la, mas não posso ou serei a próxima vítima (Ninguém gosta de linguarudos!) -, “O Sorriso da Hiena” precisa ser lido porque a escrita de Gustavo Ávila está só começando a nos impactar. Mas posso esperar pelo que vem por aí.

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4 thoughts on “O Sorriso da Hiena
  1. Perfeitas colocações! Eu realmente ADOREI o fato de não ser em 1a pessoa, conseguimos ter um olhar mais amplo, pois captamos vários personagens sem ser pelos olhos de uma só. Eu já comprei o outro conto dele que está na amazon. Ainda não li, mas estou curiosa. Achei a linguagem fácil, e faz realmente esse “esquema nebuloso” entre o certo e o errado… e fiquei me perguntando o que eu faria no lugar dessas pessoas. Agiria da mesma forma ou de outra e quais seriam as minhas motivações e consequências para cada ato. Eu gostei muitíssimo e pretendo reler pra prestar mais atenção ainda. Adorei a resenha!

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