Resenhas

Pra tudo começar na quinta-feira: O enredo dos enredos

Aqui no Cheiro de Livro gostamos de Carnaval e dentre nós eu sou a que adora ler sobre Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Já falei aqui que sou Beija-Flor e isso fez com que eu me apaixonasse por essa festa popular e, em especial, os desfiles. É por isso que estou sempre em busca de livros que falem sobre eles e “Para tudo acabar na quinta-feira: O enredo dos enredos” é um desses achados.

Fui em busca do livro depois de um de seus autores, Luiz Antonio Simas, publicou em seu twitter a lista de livros dele sobre carnaval. Comprei vários e estou lendo aos poucos. Comecei a ler sem saber muito sobre o que iria encontrar. Simas e Fabio Fabato reconstroem a linha do tempo dos desfiles das escolas se samba em cima de seus enredos e depois passam a focar nos criadores dos enredos, os carnavalescos.

Há muito que já conhecia sobre como uma atividade proibida, o samba, passou a ser incorporada a propaganda oficial do Estado Novo e como as Escolas se aproveitaram desse momento para se legitimar. Os enredos sobre os heróis nacionais e ufanistas eram a regra, é interessante ver que os enredos afro só acontecem nos anos 1960 junto com o inicio do crescimento da importância do carnavalesco. É nesse momento que o livro muda de rumo e começa a focar nos carnavalescos e deixa suas criações, os enredos, em segundo plano.

Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Paulo Barros e tantos outros vão tendo suas trajetórias contadas, seus grandes desfiles, suas marcas registradas, suas vitórias e suas derrotas. Sou dessas que assiste desfile desde que me entendo por gente e mesmo nos que não estava viva para ver eu já busquei imagens, com isso cada enredo citado significa alguma coisa pra mim. E aqui o texto brinca bastante com os versos dos sambas, adorei a leitura.

Entender melhor a importância de enredos como “Quilombo dos Palmares”, “A tradição do mundo na tradição Nagô”, “Festa para um rei Negro”e, o maior de todos, “Ratos e Urubus” (lembro de assistir na televisão e ficar hipnotizada com a minha escola). Toda a leitura é uma viagem nas transformações que os desfiles sofreram, seja por causa dos carnavalescos, seja por causa dos enredos patrocinados ou pelas mudanças da festa mesmo. Quem quiser entender um pouco mais sobre esse negocio bem brasileiro e que eu amo que é desfile de escola de samba deveria ler.

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