Coluna

Roses are red violets are blue and about the new coronavirus we don’t have a clue

Me perguntaram esses dias se eu estava desesperada com tudo o que está acontecendo. Novo coronavírus, confinamento, home office, o país prestes a implodir com os problemas, sistema de saúde que vai entrar em colapso muito em breve, economia… é realmente muita coisa. E o presidente acéfalo também que não ajuda… Mas eu respondi que não, não estou desesperada, porque, para ser sincera, nesse grande esquema das coisas, eu sou muito pequenininha… o meu desespero não vai ajudar ninguém. Não vai trazer nenhum benefício. Claro que isso não diminui em nada a minha preocupação e o meu entendimento da gravidade dos dias atuais.

O novo coronavírus, Covid-19, Sars-cod-2 ou seja lá qual for o nome agora (essa poha não para de sofrer mutação, cacete!), é bem preocupante. Ele é novo e todos os estudos são muito recentes pra gente achar que entende tudo já sobre o assunto e sair ditando regra. O que se sabe é que ele se espalha muito rápido e mata gente e tudo que podemos fazer agora é respeitar o distanciamento social requerido para ver se o vírus perde força. Não adianta entrar em pânico seja pelo vírus ou pela economia – que by the way já foi pro beleléu.

É possível que nós estejamos – desculpe-me a falta de palavra melhor – na merda. É tudo MUITO preocupante, mas não é o momento para afirmações e deduções apressadas, baseadas em um ou dois artigos que acabamos de ler online. Vamos ser sensatos, pessoas. Esse é o momento para perguntar e ouvir. Escutar de verdade de quem realmente entende do assunto e tentar enxergar, com ajuda dessas pessoas, os cenários possíveis e prováveis. Tem uma galera bem forte e especialista fazendo live todos os dias, levantando dados e hipóteses, fazendo comparações com outros países que sofreram ou ainda estão sofrendo com o vírus, apontando as diferenças e o que isso pode implicar, trazendo números e bláu, tudo de maneira muito clara e direta. Ouçam podcasts, leiam, vejam vídeos… não tenham preguiça de se informar.

Mas é importante ter em mente que são os especialistas que devemos ouvir mais nesse momento. Nada contra o seu namorado, tio ou a sua sogra, mas a não ser que eles sejam epidemiologistas, economistas etc, tudo o que eles disserem sobre o assunto é exatamente o que eu tô fazendo agora – jogando pro ar uma “opinião” (é mais um desabafo, né?) de leigo para gerar perguntas e ajudar a manter a discussão até que a gente esgote o assunto e receba as respostas de quem realmente entende.

(Duvido muito que a gente algum dia saiba a realidade do vírus no Brasil já que não temos como testar todo mundo, não há interesse em testar todo mundo e muita gente não vai nem ser registrada – vão tratar como pneumonia. Fora que muita gente não vai nem chegar nos hospitais.)

De verdade, ainda assim, não acho que o caminho seja me desesperar, entrar em pânico, ficar nervosa, desanimar… nesse momento tudo o que de fato eu posso fazer é tentar “controlar” o pouco que é possível controlar na minha vida (ou pelo menos ter a ilusão disso): o que eu como, os gastos, o exercício que estou fazendo para me manter saudável (to pagando mico todos os dias nos stories), cumprir meu horário de trabalho e fazer o que deve ser feito, manter uma rotina dentro de casa e proteger minha mãe do vírus o máximo possível.

Para desenvolver um caso de depressão em confinamento é um pulo, cara. Se a gente deixar o desânimo bater, ferrou, migo. Tem que combater, enquanto é possível. Tem que focar no que dá pra fazer. Se você é do grupo que pode ajudar de alguma forma, faça-o. Mas, se não há nada que você possa fazer agora para ajudar a combater esse vírus e essa situação, além de ficar em casa, é claro, então, respira, acalme-se e coloque primeiro a máscara de oxigênio em você. Certifique-se de que você esteja bem, mente e corpo, e inteiro, porque, se você não estiver em condições de raciocinar direito, aí sim… nada do que você disser e fizer vai ajudar. É provável que até atrapalhe.

Não espalhe informação sem fonte e sem verificação, não contribua para o pânico, independente do seu lado da política, se é que você tem um lado, independente do que você acredita, se é melhor o confinamento total ou vertical… o que mais importa agora, se você não é um especialista, assim como eu não sou, é correr atrás de informação confiável, estudar bastante para entender o que está acontecendo, ouvir todos os pontos, mesmo que eles batam de frente com o seu viés, e ser capaz de discernir a hora de ficar calado pra não falar besteira, o que certamente contribuirá ainda mais para o caos. E principalmente ser capaz de admitir que não sabe de tudo.

Não existe nada mais excitante que notícia que choca, nada mais interessante que o absurdo, o inconcebível. Não é à toa que as fake news que mais se espalham são as mais chocantes. Ninguém se importa com a verdade. A verdade é muito difícil. Não tem como saber, todo mundo “manipula tudo”, então para que se preocupar, não é mesmo? *ironia*

Então, assim como você tem ficado em casa para evitar espalhar o vírus, quando você receber uma informação chocante e não tiver como verificar sua veracidade, a não ser que seja piada/humor, pratique o “distanciamento social” virtual também e impeça que esse fake-vírus ainda mais veloz que o Covid-19 se espalhe, principalmente nesse momento tão tenso e vulnerável.

Façam mais perguntas, galera. Deduzam menos. Deixem a arrogância de lado. Essa é apenas a primeira onda do novo coronavírus. A gente tem que se unir (mesmo que a distância, hehe) pra sobreviver.

#Fui

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *