Resenhas

Toda a Luz que não podemos ver

“Toda a Luz que não podemos ver” é um desses livros que todo mundo me indicava, de que só lia coisas boas e que por isso mesmo deixei descansando no meu kindle. Tenho esse habito de colocar um livro com muitos elogios de lado e tentar lê-lo quando o ambiente estiver menos contaminado com os louros do sucesso, nem sempre é possível, existem livros que não consigo resistir. Foi bom ter esperado e tenho que dizer que estavam todos certos, o livro é ótimo.

Por questões de destino sou cercada por pessoas fascinadas pela Segunda Guerra, amigos que leem tudo sobre o tema, que assistem filmes, series, que sabem detalhes. Aprendi um pouco por osmose e acabei lendo vários livros que se passam nessa época, sejam romances ou históricos. O que coloca o livro de Anthony Doerr em outro patamar é ter dois protagonistas, um de cada lado do conflito, ambos sendo formados pelos anos da guerra. Ver a inocência de Werner e Marie-Laure sendo destroçada pela guerra e como eles se desenvolvem é fascinante.

Werner é um órfão alemão com grande habilidade para circuitos elétrico, Marie-Laure é um cega filha do chaveiro do Museu de História Natural de Paris. Ambos são crianças de dez anos quando a historia começa e é por seus olhos que vemos o desenrolar da Guerra. A tensão em Paris, a juventude Hitlerista se formando, as dificuldades dos dois lados do conflito, a fuga, as mortes e, principalmente, as escolhas que tempos extremos nos apresentam. Marie-Laure acaba indo morar com um tio-avô em Saint-Melo e Werner vai ser formar em uma escola nazista criando um sistema capaz de encontrar transmissões clandestinas de rádio.

O livro é contado em dois tempos, o presente que é os últimos dias dos nazistas na Alemanha e o passado quando vamos conhecendo os personagens. Esse vai e veem contribui para o pequeno suspense que se desenrola ao longo do livro e nos permite ver como aquele passado moldou os personagens para as ações do presente. É uma boa forma de apresenta-los, de fazer o leitor se relacionar e torcer pelos protagonistas. É bem verdade que em um dado momento me vi torcendo por um jovem de 18 anos que levava vários agentes da resistência a morte sem ter um grande peso na consciência por isso, mérito do autor.

O livro é super envolvente e quando a guerra começa a se desenvolver não dá vontade de coloca-lo de lado. A parte final do livro mostra os personagens em dias mais atuais, em como sobreviveram no pós-guerra e isso também me agrada, sou dessas leitoras que fica sempre imaginando o que aconteceu com meus companheiros que vivem nas paginas dos livros depois que o livro acaba. “Toda a Luz que não podemos ver” é um grande livro que mostra a guerra pela perspectiva de quem sobreviveu a ela em seus anos de formação como indivíduo.

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