Coluna

Tudo o que você precisa é amor… próprio

Em tempos de cólera resolvi falar de amor. Minha inspiração para isso veio de vários lados. Da Yoko Ono que lembrou que hoje é o Dia Internacional da Paz. Do especial de comédia do Daniel Sloss, na Netflix, chamado “Jigsaw”. E do maravilhoso livro “Dumpling”, da Julie Murphy, que estou lendo. Além de claro, da vida do universo e tudo mais. Vivemos tempos sombrios no mundo inteiro, onde o ódio tem encontrado seu caminho pelo mundo, tornando falar de amor piegas e cafona. Mas como eu adoro um kitsch, resolvi me jogar nessa.

O amor é um sentimento confuso e muito mal interpretado por aí. Lá no amor romântico, todo mundo acha lindo a mocinha melancólica que quase morre de amor para ser salva pelo mocinho no fim do livro. Aff, não! Amor não é sofrimento, não é complicado. Amor é simples, tem que ser feliz. E nem é frágil como dizem. Muito pelo contrário, ele é sólido e é o propulsor de novas aventuras, de novos projetos, de uma vida. E o amor que digo, não é só o amor de casal, é o amor puro, entre amigos, entre parentes, e o mais importante, por si mesmo.

Sou devota de Mama RuPaul e ela toca na tecla sempre, sempre, sempre, que devemos nos amar para depois amar o outro. Pra mim, a melhor analogia que exemplifica a importância dessa frase é a explicação da máscara de oxigênio no avião: você deve colocar a sua primeiro para então poder ajudar quem está do seu lado. É isso, você precisa se cuidar, se amar, porque aí você vai estar pronto para amar o outro.

Eu sei que esse é um blog literário, mas quer assunto mais tratado, dissecado e comentado dentro da literatura mundial do que o amor? O Nick Hornby comenta em “Alta Fidelidade” que o mal da nossa geração é a música pop, que colocou dentro da nossa cabeça que precisamos de um amor perfeito. Eu já acho que a culpa tá na literatura e nos filmes, que precisamos de um amor “de livro”, um romance impossível, um amor que machuca. Não! Isso chama abuso, não é amor. É lindo nos livros. Na verdade, nos livros lá do Mal do Século, porque hoje em dia os livros nos ensinam que temos que nos amar primeiro para poder amar o outro, ok?

Essa coluna parece não fazer sentido, mas faz. Comentando sobre o especial do Daniel Sloss. Do alto dos seus super vividos 26 anos (sim, estou sendo sarcástica). O humorista comenta sobre a teoria de seu pai, de que para completarmos o nosso quebra-cabeça, que é a vida, a existência, precisamos encontrar a peça perfeita que fecha o quadro completo. Complicado isso, como o próprio Sloss comenta, você já tem todo um quebra-cabeça começado, aí conhece uma pessoa que também tem o dela, e quer que o quadro dela fique incompleto pra completar o seu ou vice-versa. Não, né? Em cima dessa analogia, Sloss fala sobre relacionamentos tóxicos e que esse é um dos pilares para que ele aconteça, achar que precisamos encontrar alguém que nos “complete”. Tudo bem que daí ele é mega cínico e acha que é impossível encontrar um grande amor. Eu acho que sim, que é possível sim. Quando nos sentimos completos, plenos, fica bem fácil encontrar esse amor. Não que eu tenha achado e tal, mas não sou cínica.

Por fim o que quero dizer é isso: ame-se, ame-se muito, loucamente, seja a pessoa mais importante da sua vida, daí vai lá e ama o próximo.

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