O terceiro volume da série Os Rokesbys chegou às prateleiras americanas no último dia 20 cercado de expectativas dos fãs de Julia Quinn, após um hiato de um ano e meio desde a última publicação da autora. Trata-se de uma espécie de prequel da famosa série Os Bridgertons, se passando cerca de três décadas antes e tendo como protagonistas os irmãos Rokesby, vizinhos e amigos da geração anterior de Bridgertons. O primeiro livro da série, “Uma dama fora dos padrões“ (Because of Miss Bridgerton, no original), foi lançado no Brasil pela Editora Arqueiro em agosto deste ano. A previsão é de que o segundo venha no início de 2019 e o terceiro em meados do próximo ano.
Em The Other Miss Bridgerton a mocinha é Poppy, prima de Billie, protagonista do primeiro livro da série, e Edmund, pai dos Bridgertons que conhecemos. Seu par romântico é Andrew Rokesby, o carismático irmão dos mocinhos dos livros anteriores que rouba a cena em “Uma dama fora dos padrões”.
A premissa do romance (assim como seus consequentes desdobramentos) acaba exigindo do leitor uma suspensão da descrença maior do que o habitual para os livros da autora. Basicamente o casal protagonista se conhece quando, durante um passeio no litoral, Poppy é sequestrada por piratas e levada para seu navio cujo capitão é Andrew, que na realidade é um oficial da marinha britânica trabalhando disfarçado.
Apesar disso o desenvolvimento do relacionamento entre os protagonistas é delicioso como de costume. A autora opta por um slow burn, gastando muito mais tempo na evolução da camaradagem entre o casal, com pouquíssimos momentos de contato físico real e vários “quases” que deixam o leitor suspirando de antecipação. Os diálogos, como sempre o ponto forte de Quinn, são hilários e encantadores, carregados de jogos de palavras e frases de duplo sentido. A estrela do livro é definitivamente Poppy, uma mocinha de espírito aventureiro e curiosidade insaciável, mas com um forte senso prático. Andrew é divertido, inteligente e sedutor, mas assim como outros personagens secundários que se destacaram em livros anteriores de Quinn, ele não sustenta o mesmo brilho enquanto protagonista.
Infelizmente o desfecho é um tanto apressado, com uma cena de sexo que parece estar presente apenas para satisfazer os requerimentos do gênero. Como o texto avaliado nesta resenha foi o de uma cópia avançada, é possível que isto se altere na versão final do livro. De qualquer forma, mesmo com as falhas, The Other Miss Bridgerton é uma leitura divertida e que certamente vai agradar amantes de romances de época e fãs de Quinn.
Como sempre, não é necessário ter lido os dois livros anteriores da série ou sequer os oito livros de Os Bridgertons para entender este, mas fãs antigos da autora vão se divertir com pequenos “brindes”, como por exemplo um breve trecho mencionando um casal querido.