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Kingmaker – Uma Jornada no Inverno

Adoro um romance histórico, ainda mais se envolver realezas e suas guerras. “Kingmaker – Jornada no Inverno” de Toby Clements e tradução de Geni Hirata promete exatamente isso e entrega algo um pouco diferente. Se você espera um livro sobre todas as tramas palacianas, as articulações políticas e tudo mais que envolve a corte, esse não é o livro. Aqui a guerra e as decisões de reis e nobres são vividas pelas pessoas comuns.

A trilogia Kingmaker é toda passada durante a Guerra das Rosas e tem como proposta recriar todo o ambiente da época pelos olhos do povo. Nossos guias por uma das guerras mais sanguinárias da história são Thomas e Katherine dois religiosos expulsos de suas ordens religiosas que tem que sobreviver em meio a um país dividido e em guerra. O fato de nossos protagonistas terem vivido o isolamento das ordens religiosas facilita a vida do autor, é seu gancho para colocar na boca dos personagens as perguntas de seus leitores e as explicações sobre o que está acontecendo na Inglaterra. Mesmo com todas as explicações tudo é bem confuso e nada faz lá muito sentido, isso poderia ser um ponto fraco do livro, mas na verdade é como a maioria dos soldados entendiam e encaravam todas aquelas batalhas. Sabia-se o básico sobre a luta e os lados envolvidos e todos eram levados pelo turbilhão da guerra.

Thomas e Katherine se adaptam com uma facilidade espantosa as circunstâncias e Clements evita ao máximo tratar a situação das mulheres naquele tempo. Katherine rapidamente vira Kit e passa a viver como homem e mesmo quando volta a viver como mulher sua posição não muda, chega a ser um pouco estranho. A dupla, que como em qualquer romance quer ser um casal mas a vida interfere, cruza com uma série de personagens históricos e se envolve diretamente nas batalhas travadas ao longo da Guerra das Rosas.

Cada um dos protagonistas tem um mistério para solucionar: Katherine sobre quem a sustentava no priorado e Thomas sobre um livro que carrega. O problema é que Clements está mais interessado em recriar ambientes e, principalmente, batalhas do que focar no desenvolvimento de seus protagonistas. Um resumo do que acontece nesse primeiro volume da trilogia é: dois religiosos são expulsos de suas ordens religiosas e passam a lutar por Eduardo Plantageneta (já leu A Saga Platageneta? Recomendo). Sim, com mais de 500 páginas isso é tudo o que acontece no livro. A trama dos protagonistas não se desenvolve, o que é maravilhosamente descrito são todos os horrores das batalhas, a barbárie e a crueldade. São essas descrições que fazem o livro interessante, tudo é muito vivo, na batalha de Towton você se sente no meio da guerra, é incrível.

Já estou com o segundo volume na mão e espero que nele a história de Thomas e Katherine, especialmente, a história de Thomas com Katherine se desenvolva. Que tenhamos mais de criação de Clements misturada a reconstituição de época.

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