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Minha tristeza com a tecnologia

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Um dos novos problemas que a tecnologia trouxe para os amantes de livros, ou a minha tristeza por não ter “Cordilheira” autografado.

Sou uma leitora que funciona em sistema híbrido. Leio tanto livros digitais quanto analógicos. Aprecio as diferenças dos dois formatos e devoro romances avidamente com as ajuda dos dois. Mas algo mudou no dia 31/07 que me faz olhar para o meu Kindle com uma certa tristeza.

Divido minhas leituras entre as de casa e as da rua. Normalmente livros com mais de 400 paginas são lidos em casa pelo simples fato de minha coluna agradecer por não carrega-los na bolsa. Já os menores carrego e vou lendo em qualquer lugar. Na hora do almoço, na fila, no metro. O Kindle veio para facilitar a vida das minhas leituras de rua. O livro pode ser de qualquer tamanho que dá para carregar. Ele tem outras vantagens também que não vem ao caso aqui. Voltando, mesmo como Kindle continuei dividindo as minhas leituras. Em casa o bom e velho cheiro de livro e o virar de páginas, na rua o toque na tela e o e-ink. É claro que, volta e meia, um livro é tão bom que vai pra rua na bolsa ou o Kindle é ligado em casa.

Como já falei aqui quando a Amazon chegou ao Brasil fiz uma compra para testar o site e para aproveitar melhor a ocasião comprei um livro de um autor nacional. Comprei o livro de um escritor de quem sempre tinha ouvido boas coisas mas desconhecia: Daniel Galera. O livro em questão foi “Cordilheira”.

O ebook ficou morando lá no Kindle um tempão. Só fui resgata-lo depois de ler “Barba ensopada de sangue”. Se o primeiro livro já tinha me fisgado foi “Cordilheira” que me fez fã. Passou a ser o livro que indico para os amigos, que dou de presente.

Tudo ia muito bem até o dia 31/07. Nesse dia, uma quarta feira, a Biblioteca Municipal de Botafogo promovia um encontro literário com Daniel Galera. Já tinha sido um dilema escolher entre ir ao Maracanã ver meu time e ir a biblioteca. Como o fluminense não nada bem das pernas w as chances de ouvir um escritor que admiro não surgem toda a quarta e domingo, fui a biblioteca.

daniel galera autografoO auditório estava cheio. Na bolsa o “Barba ensopada de sangue” e o Kindle. Começa a conversa sobre a obra de Galera e logo de cara fala-se de “Cordilheira”, é nesse momento que começa o meu drama. É nesse momento que me dou conta que o livro que mais gosto não pode ser autografado, ele só existe no Kindle.

Meus livros autografados tem um espaço todo especial na minha biblioteca particular. Uma prateleira só pra eles. É nessa prateleira que meu gosto literário se encontra, o restante da biblioteca é organizada por autor, nacionalidade, essas coisas. Na estante dos autografados se misturam Ruth Rocha com Inês Pedrosa, Lígia Jorge com Rubem Fonseca (sim, eu tenho um livro autografado por ele). Queria juntar “Cordilheira” ao grupo. Lá estão autografados os meus livros preferidos desses autores, aqueles que escolhi a dedo para serem assinados.

A palestra continuou, ótima por sinal. Adoro ouvir autores falando sobre a sua obra. Ao fim Galera autografou o meu “Barba Ensopada de Sangue”. Fui para casa com um gosto agridoce na boca. Galera mudou de estante na minha biblioteca, mas não como livro que eu queria. Voltei para casa pensando em todos os ebooks que tenho e quais deles é melhor ter também em livro para que algo assim não volte a acontecer. Pensando que a facilidade da tecnologia que já me permitiu descobrir textos, até do próprio Galera, que estão disponíveis só na internet ou de mais fácil acesso nela, tirou um dos grandes baratos dos fãs de livros: os autógrafos.

 

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