Prêmio

Nebula Awards 2019

Na noite de sábado tivemos a cerimônia do prêmio Nebula, dado pela Associação de Escritores de Fantasia e Ficção Científica aos melhores do ano. Um ano excelente, em que quase todos os indicados poderiam ter ganho que ninguém reclamaria.

Um brinde para Mary Robinette Kowal

The Calculating Stars, de Mary Robinette Kowal, foi o grande vencedor. É uma história alternativa em que um programa espacial internacional é comandando por mulheres depois que um meteorito arrasa a costa leste americana em 1952. Colonizar o espaço se torna a única saída para a humanidade à beira de uma extinção semelhante à dos dinosssauros. Kowal expande aqui o universo da noveleta ganhadora do Hugo The Lady Astronaut of Mars. Já tem uma continuação, e mais dois volumes prometidos.

O prêmio de melhor novela foi pra uma das minhas autoras preferidas do momento, Aliette de Bodard, com The Tea Master and the Detective. É parte do universo Xuya imaginado pela autora, um império espacial oriental (de Bodard é de origem vietnamita). É um mistério com uma investigadora no estilo Sherlock Holmes, só que o Watson dela é a inteligência artificial de uma espaçonave.

Brooke Bolander e o Nebula

The Only Harmless Great Thing, de Booke Bolander, a melhor noveleta, é até difícil de resumir. Ela mistura um caso real, de trabalhadoras envenenadas pela radiação da tinta fosforescente que usavam em fábricas no século passado, com elefantes inteligentes explorados pelos humanos. É uma tragédia com personagens em busca de reparação de injustiças. Estranho, belíssimo, de uma escritora que cresce a cada história.

P. Djèli Clark é o único homem entre os quatro prêmios principais, e com um conto delicioso. The Secret Lives of the Nine Negro Teeth of George Washington também se inspira em fatos reais: o herói da independência americana, George Washington, usava dentaduras feitas em parte com dentes humanos – alguns deles tirados dos escravos. Clark atribui poderes sobrenaturais a esses dentes… Outro autor novo que merece ser seguido. O conto pode ser lido em inglês aqui.

Outra queridinha da redação do Cheiro de Livro faturou o Prêmio Andre Norton para ficção jovem adulto (YA): Tomi Adeyemi e seu Filhos de Sangue e Osso. O prêmio Ray Bradbury de melhor roteiro foi pro genial Homem-Aranha no Aranhaverso. Black Mirror: Bandersnatch, da Netflix, escrito por Charlie Brooker, ganhou o prêmio de melhor roteiro para game – isso mesmo. E William Gibson, autor de Neuromancer, foi eleito Grande Mestre.

Wiliiam Gibson, Grande Mestre

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