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O Primeiro Homem: A Vida de Neil Armstrong

 

“Este é um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.”

Uma das frases mais emblemáticas da história foi curiosamente cunhada por um homem com fama de ser fechado, de poucas palavras. Desvendar a vida e a personalidade por trás do capacete espacial é o que James R. Hansen tenta fazer em O Primeiro Homem (Intrínseca, trad. Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra), biografia que chega ao cinema com Ryan Gosling no papel de Neil Armstrong.

Hansen desfaz a imagem de de uma pessoa taciturna, que se isolou do mundo depois da fama. O historiador mostra Armstrong como um homem simples, muito focado no trabalho. Embora sempre participasse de eventos promocionais do programa espacial americano, não o fazia para promover a si mesmo. Não via as façanhas dele e dos outros astronautas como feitos individuais, e sim como um esforço coletivo.

Armstrong tirou a maioria das fotos na Lua, por isso aparece em poucas imagens. Essa é uma delas, clicada por Aldrin.

Desde antes de se tornar astronauta, quando piloto de testes, não era daqueles ases loucos, impulsivos, que se arriscam pra mostrar ser o melhor, como vemos em filmes de Hollywood. Se às vezes passava do ponto (e teve alguns acidentes graves em que podia ter morrido) o fez para testar até o limite o equipamento. Tinha uma mentalidade de engenheiro/cientista, queria entender os processos físicos e a reação dos aviões ou naves, o funcionamento de cada peça do equipamento. Era extremamente meticuloso.

Essa seriedade sem exibicionismo foi fundamental quando chegou a hora de a NASA decidir quem seria o primeiro a pisar na Lua, ele ou Buzz Aldrin. Armstrong já havia sido nomeado o comandante da missão, mas a escolha de quem sairia primeiro da nave dependia de fatores tanto práticos quanto políticos. Hansen explica as controvérsias e as diferentes versões dos envolvidos, e dá voz a todos, inclusive ao ressentido Aldrin.

De volta à Terra, dando aula de Engenharia Aeroespacial na Universidade de Cincinnati

Se o livro tem um defeito é o de deixar pra segundo plano a vida pessoal de Armstrong. Ele entrevistou as duas mulheres e os filhos. Mas senti falta, por exemplo, de um relato da primeira mulher sobre a decisão de se tornar astronauta. Ele já era piloto de testes, uma profissão ultra arriscada, mas ir ao espaço é levar o risco a outro patamar, principalmente nos primórdios do programa espacial. Mas Hansen compensa de certa forma com o relato da vida na Terra pós-NASA.

Pra quem se interessa pela exploração do espaço, uma leitura essencial.

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