Resenhas

O Silêncio das Águas

Depois do trauma do segundo livro da série Elementos da americana Brittainy C Cherry, cheguei ao terceiro livro com medo da angústia retornar. Ela retornou, mas de uma forma bem diferente.

Se em “O ar que ele respira”, Brittainy nos traz um drama familiar com um toque suave de thriller, e em “A chama entre nós” ela finca uma lâmina no nosso coração com um drama bem puxado, em “O silêncio das águas”, a autora faz da jaca as suas pantufas!

A história começa com Maggie e seu pai indo morar com a nova namorada dele e seus filhos. De cara eu pensei “treta!” porque sempre tem isso entre filhos e enteados e tal. Mas não foi bem assim. Quando crianças, todos se tornaram amigos e até o vizinho – Brooks – se juntou às brincadeiras. Mas a pequena Maggie presencia um crime e a consequência da situação a faz parar de falar. Por décadas, Maggie se comunica por palavras escritas, mas não deixa a casa e não usa mais a voz. Claro que essa situação tem consequências não só para elas, mas para seus pais, irmãos e até mesmo para Brooks, que passou de amigo a muito mais.

Em uma parte do livro, Brittainy nos conta – por meio de seus personagens – que A Abadia de Northanger (de Jane Austen) é a combinação literária perfeita entre entretenimento e temas mais complexos. Essa definição serve como uma luva para os livros de Brittainy C. Cherry também. Todas as suas histórias trazem temas pesados, mas também a certeza de que o apoio familiar e o amor sempre vencem no final. Ao perguntar sobre isso para ela durante o evento The Gift Day em dezembro, a autora confirmou o que eu já imaginava: “Eu falo sobre coisas difíceis porque precisamos falar e porque cada um de nós reage a tudo de formas diferentes. Mas família é tudo para mim e no fim do dia é ela que sempre nos ajuda a vencer”. Tem como amar mais? TEM!

A narrativa de “O silêncio das águas” me envolveu bastante não somente porque os personagens são incríveis (os secundários então, nossa!), mas porque Maggie é apaixonada por livros e eu me identifiquei muito com ela. Ela se perde e se encontra nas histórias e consegue passar para a irmã e para Brooks o valor dessa paixão. E isso é tão, tão lindo e genuíno! Só por isso eu já me apaixonei pela história. Sem contar que ela é fã de Harry Potter e isso já mostra como a personagem é sensacional.

Mas Brittainy aborda não somente violência, trauma e abuso, mas também um drama familiar e escolhas que temos que fazer na nossa vida. E tudo isso ela faz com equilíbrio, sem romantizar a parte ruim, mas empoderando a boa.

Os primeiros capítulos do livro que vão até o crime ser cometido são MUITO malas. Mas são coerentes com o resto da história, então não pulem e perseverem! Vale MUITO a pena continuar a ler. “O silêncio das águas” tem seus twists bem calculados e vale a leitura para quem quer um romance complexo, mas repleto de carinho e coragem. Ah e tem umas cenas HOT! Então, fiquem de olho ao ler em locais públicos, tá?

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