Durante essa pandemia, por todas as razões óbvias, eu tenho ficado em casa. Trabalhado de casa. Feito exercício em casa. Mas, desde que soubemos que podemos sair a rua sem aglomerar, de máscara sempre, e usando álcool em gel, faço questão de, pelo menos uma vez por mês, ir a uma livraria física.
Claro que compro livros nas livrarias on-line e tenho inúmeros volumes em casa, só aguardando minha leitura. Mas a livraria sempre foi e segue sendo um lugar mágico, onde livreiros se conectam com leitores e leitores se conectam com livros que, por sua vez, salvam vidas.
Entrei em uma com uma listinha salva no meu celular. Eu faço isso, sabe? Se não tenho pressa para ler ou não quero ler em e-book, coloco o livro na lista e compro em livrarias físicas. Faço isso por duas razões: a primeira é para ajudar, mesmo que pouco, o mercado livreiro. A segunda é porque eu amo o processo de, entrar na livraria, procurar e achar o livro quero no meio a outros nas estantes. E foi na minha última expedição literária que fui descoberta por um livro.
Nem sempre encontro todos os livros da minha lista em livrarias físicas. Não tem problema. Eu volto depois para tentar novamente. Mas eu nunca saio sem um outro livro. Às vezes, eu faço a descoberta, outras vezes são indicações de livreiros. Mas desta vez, ele – o livro – me descobriu. Eu estava andando entre as estantes, pensando na vida, com saudade dos eventos literários, das filas de autógrafos, dos abraços, quando fui caminhando para a parte infantil da loja. Encontrei antigos amigos entre as estantes – Percy, Harry, os Karas, e muitas fadas que contaram seus contos -, até que meus olhos bateram em um faixo de luz que estava no topo de uma prateleira. Lá, com a capa virada pra mim, estava ele.
“Na Terra dos Livros”
O título e a capa me fizeram ficar nas pontas dos pés e buscá-lo com as pontas dos dedos. Fininho e de capa dura, o livro é um poema a toda e qualquer pessoa que lê. É uma dedicação de amor aos livros e a como eles nos completam. Era exatamente o que eu estava precisando.
Levei-o para casa e o li em poucos minutos. As páginas ilustradas são marcantes e casam perfeitamente com as poucas linhas. Mas o impacto é muito, muito profundo. Li, reli e dei para o meu marido ler também. Planejo dar outros de presentes para amigos leitores também, porque amor pelos livros precisa ser compartilhado.
Sabe quando te perguntam “mas por que você lê tanto?” ou “o que é tão especial em um livro?”? Esse livro – “Na Terra dos Livros” – tem todas as respostas de forma simples e objetiva para não-leitores e de profunda identificação e cumplicidade para quem é íntimo com a página escrita.
De autor alemão, Quint Buchholz, e tradução de Cláudia Cavalcanti, “Na Terra dos Livros” foi publicado no Brasil pela Editora PandaBooks. Eu nunca ouvi falar do título, não conhecia o autor (que também é ilustrador) e não teria procurado esse livro na livraria, seja ela on-line ou física. Mas ele me achou exatamente no momento que eu mais precisava dele.
Sim, livrarias são lugares de grande magia. E eu serei sempre encantada por elas.
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Esse post fez eu ir imediatamente a procura do livro…já está feita a encomenda e logo chegaea aqui na minha casa..já estou apaixonada por ele só pel leitura da tua resenha…eu adoro quando um livro acha a gente .
Fazendo uma busca pelas imagens de Quint Buchholz, achei esse seu post. Tenho uma história especial com este livro. Fui em quem o trouxe para o Brasil. Conheci a obra do autor em uma livraria linda em Montevidéu, Uruguai (aliás, a livraria, Escaramuzas, é linda e vale uma visita, se você for ao país). Enfim, comprei dois livros do autor e me fiz a pergunta: Como ele não foi publicado no Brasil? Apresentei-o à Tatiana Fulas, editora da Pandabooks e ela o aceitou publicar. Fico imensamente feliz ao saber que ele tem chegado nas mãos de leitores e causado impacto, como aconteceu comigo.