Coluna

Sim, claro

Dia desses eu assisti a um TED com a Shonda Rhimes (DIVAAAA!) em que ela falava sobre o ano que decidiu dizer “sim” para tudo que a assustasse. Ela inclusive escreveu um livro sobre isso, O ano em que disse sim (tem resenha aqui no Cheiro de Livro, siiim!), relatando como foi encarar o desafio e aceitar as oportunidades que surgiam; cuidar melhor da saúde, aceitar convites para talk shows e discursos em público e brincar com as filhas (situações essas que a deixavam com muito medo, devo repetir!). É difícil imaginar uma Shonda Rhimes, pra quem não sabe, criadora e produtora executiva do Grey’s Anatomy, com medo de falar em público, de brincar com os próprios filhos etc, mas depois que você vê esse vídeo entende. Ser viciado em trabalho não é nada bonito…

Bom, eu não sou viciada em trabalho — até acho que já fui, um dia, mas, como todo mundo que sofre desse mal, rolou um burnout e estafa, então, decidi pegar mais leve —, porém, estou com vontade de fazer esse experimento aí que a Shonda Rhimes fez. Sei que não é nada original, todos nós já vimos aquele filme com o Jim Carrey Sim, Senhor: “você diz não para a vida então não está vivendo”, all that crap, entre outros filmes e livros e histórias que abordam esse tema. Não é uma revolução das ideias, mas é mais divertido quando a gente encara como um desafio, ou, no meu caso, como um teste de personalidade na minha eterna busca insuportável do “quem eu sou”.

O problema nisso tudo… bom, existem vários problemas, na verdade, mas o que mais me chama atenção no momento é que, da mesma forma que o desafio “Uma semana sem reclamar” não deu muito certo pra mim porque eu descobri que praticamente nunca reclamo de nada, talvez não funcione porque acho que já digo “sim” para as oportunidades da vida. Não é à toa que tô sem dinheiro e já trabalhei em doze funções e dez empresas diferentes! Eu simplesmente digo “SIM”. E eu cheguei à conclusão de que minha vida inteira é um grande projeto Sim, Senhor. Cara, eu não sou “O ano em que disse sim“, sou “A vida de sim o tempo todo”! E isso, embora numa palestra motivacional seja tudo muito bonito, divertido, admirável até, é freaking assustador!

Quem me conhece sabe que eu não sou muito de ganhar e fazer dinheiro, ambição nunca foi meu forte, e sei que preciso dele pra me sustentar blá blá blá, mas nas palestras encho o pulmão pra dizer que sou movida à base do efeito que causo nas pessoas e que, assim como o Jim Carrey, acredito que essa é a moeda mais valiosa que existe! (nossa, fodona ela hein?!)

Anyway, resolvi criar e encarar o desafio do “Sim, claro!”, só que agora de maneira consciente. A ideia era brincar disso nos últimos 31 dias do ano, mas só o fato de eu falar sobre isso no twitter e no FB as pessoas já estão dizendo que vão se aproveitar para pedir um monte de coisa (lógico, né?!), mas aí quebra total o princípio do negócio. A humanidade não sabe brincar! Então, não avisarei quando vou dar início ao projeto.

E aí, bora brincar de Sim, claro? (Usem a hashtag #simclaro depois e contem como foi nas redes que eu vou querer saber!!)

Se for muito pra você, olha que ideia legal que um amigo deu que virou prioridade já para meus desafios de 2018: É uma brincadeira tirada do livro O homem dos dados e funciona assim: durante um período do dia, cada vez que eu tiver que decidir alguma coisa, jogo um dado com seis opções que eu conseguir imaginar (sendo uma delas obrigatoriamente muito louca e uma conservadora) e tenho que fazer a opção que sair. O dado que vai ditar ações, escolhas de personalidade e tudo mais, sky is the limit! Sabe o que vai ser muito sinistro? Quando eu decidir fazer esse desafio e descobrir que para muitos momentos da vida eu já faço escolhas nesse modo aleatório… Alguém duvida? =P (depois conto como foi… vou usar a hashtag #decidindonodado)

AVISO PARA FINS LEGAIS: Assim como a Shonda Rhimes no vídeo do TED que citei no início da coluna, me reservo no direito de ser responsável durante esse desafio “Sim, claro!”, afinal, é impossível dizer SIM a tudo sem romper com alguma lei, moral, integridade e muitas outras questões, como vocês bem podem imaginar (eu tenho a mente muito fértil então, uau!, a quantidade de coisas bizarras que imaginei agora que surgiriam para eu dizer sim, enfim…), portanto, vamos brincar de forma saudável. Beleza? Beleza!

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One thought on “Sim, claro
  1. Acho que o mais importante da brincadeira terapêutica é dizer “sim” para as oportunidades que você normalmente rejeitaria ou ignoraria, assim como a Shonda. Claro que existirão restrições. “Vamos viajar para Paris hoje?” pode parecer uma situação absurda, dada a situação financeira de nós, escritores desprovidos de grandes ambições monetárias. Mas em certos círculos sociais altos, seria uma possibilidade. O que eu quero dizer é que os “sins” (pun intended) que devemos nos permitir são aqueles reais, verdadeiros, que podem agregar mais à nossa amálgama de experiências. Rejeite o que não for real, aceite o que te ajudar a evoluir.

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