Um clássico da ficção científica. Nova York no século XIX. Viagem no tempo. Mistério e romance. Para completar é escrito pelo mestre Jack Finney.
Adoro histórias com viagens no tempo, talvez isso remonte o tempo em que assisti pela primeira vez “Em Algum Lugar do Passado”, e quando li, no posfácio de Stephen King do ótimo “11/22/63”, sobre “Time and Again”, de Jack Finney, coloquei na lista para leitura.
Existem dois tipos de historias sobre viagens no tempo: o primeiro é o que usa a magia; o segundo é o que usa a ciência. “Time and Again” é do segundo tipo. No romance Simon Morley, um desenhista, é recrutado pelo exército para participar de um projeto militar que tinha como objetivo realizar viagens no tempo por meio da auto-hipnose.
Quando Si é apresentado ao projeto ele logo sabe para onde quer ir e em que período. Ele quer estar em Nova York em janeiro de 1882. A data especifica envolve um mistério de uma carta parcialmente queimada da família de sua namorada. Todo o primeiro terço do livro é gasto com os preparativos para a viagem no tempo e suas tentativas frustradas. É uma parte interessante, cheia de pequenos detalhes sobre a historia americana, detalhes que nem sempre constam nos livros de historia. Esses pequenos detalhes crescem e ficam mais interessantes quando Si, finalmente, consegue ir para 1882.
No segundo terço, quando Si vive em 1882, é quando o livro fica mais saboroso. É na viagem no tempo que a historia se desenvolve melhor. A ambientação histórica é primorosa, ver Nova York do século XIX se construir nas páginas é maravilhoso. O barulho dos cavalos, a loucura de cruzamentos sem sinais, uma cidade sem prédios altos. Para melhorar a historia evolui melhor no passado. A trama que envolve a carta queimada caminha rápido mostrando a corrupção e o poder que governava Nova York.
O terço final é o mais fraco. O desenvolvimento da trama passa por um incrível incêndio e soluções pouco inspiradas. Tudo acontece muito rápido e algumas soluções são estranhas. A pior solução é a que encerra o livro, é uma opção que carrega em si um paradoxo. Não falarei mais para evitar spoilers, mas a solução final é uma não solução.
Foi uma boa leitura porque gosto do gênero, mas não é um grande livro sobre viagem no tempo. O do Stephen King que me inspirou a lê-lo é muito melhor.
Ótima critica..também vi sobre este livro no posfácio de 22/11/63.