Livros Resenhas

World Without End (Mundo Sem Fim)

Ken Follett me conquistou quando li “Os Pilares da Terra”. Pouco tempo depois de terminar as mais de mil páginas deste romance histórico chegou as livrarias brasileiras o que seria uma continuação, o “World Without End”. Não me empolguei para ler o novo livro, tenho que dizer me decepcionou o fatos da “continuação” se passar mais de 200 anos depois da historia original. O tempo passou, eu adquiri um Kindle, “World Without End” estava com um bom preço na Amazon e eu não consegui resistir.

Todos os elementos que fazem de Pilares um clássico estão lá: mulheres fortes, homens ambiciosos, arquitetos sonhadores, romances proibidos, cavaleiros individualistas e violentos e a cidade. Comecei a ler buscando semelhanças, tentando encontrar conexões, mas logo vi que essa era uma má escolha. É melhor ler o romance como se ele fosse único e não uma espécie de continuação. Claro que aqui e ali na história se encontra elementos que remetem ao primeiro livro, mas isso não é fundamental e isso é um trunfo e a fraqueza do livro ao mesmo tempo.

“World Without End” é vendido como sendo a continuação de “Pilares da Terra”, nada pode ser mais falso. Você pega o livro e acha que vai descobrir como viveram Aliena e Jack, como cresceu seu filho, como Kingsbridge se desenvolveu, mas logo de cara você descobre que até vai ler sobre a mesma família e o mesmo cenário, mas tudo acontece 200 anos depois. Não é uma continuação, é um novo capitulo na vida de Kingsbridge e seus habitantes. Isso não é ruim, mas não é assim que o livro é vendido.

Voltando a história do livro, Kingsbridge continua sendo uma grande cidade, o mercado de lã continua sendo o grande negocio da cidade e sua feira é importante, mas agora não é o priorado que empurra a cidade para frente, ele é responsável por impedir o seu desenvolvimento. Se Aliena era nossa heroína em Pilares, chegou a vez de Caris, bem mais independente e movida por idéias mais do que Aliena. Caris não se torna uma ótima negociante porque isso é necessário para a sua sobrevivência, ela é uma grande mercadora porque é. As mulheres nesse livro são infinitamente mais importante do que os homens, mesmo que o personagem principal seja Merthin, são as mulheres que importam. São elas que, para o bem ou para o mal, fazem a história se desenvolver. Manipulam os homens, tem uma visão melhor do que vai acontecer e, no final das contas, salvam o dia.

O desenvolvimento das tramas não é tão bem desenvolvido. As tramas são boas, as relações são interessantes, tem boas reviravoltas, mas tudo é resolvido com uma pressa que não condiz com um livro com mais de mil páginas. Alguns momentos que não são importantes para a história ganham capítulos, historias importantes ganham parágrafos. Tentando não contar spoiler, alguns antagonismos são resolvidos como em um passe de mágica, na verdade, com a contaminação pela peste negra. A doença é importante na trama e no período retratado, mas é usada para solucionar uma serie de situações que mereciam uma dedicação melhor de Follett.

“World Without End” não é um grande livro, tem grandes personagens, mas tudo se perde em um mar de tramas que são resolvidas com pouco cuidado. Mesmo assim o estilo de Follett encanta e se mostra pleno em muitos momentos do livro.

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