Voltando a ler Machado de Assis depois de mais de uma década.
Andei reclamando do Kindle e agora é hora de elogiar. Comprei, em uma promoção ótima na Amazon brasileira, as obras completas do Machado de Assis em ebook. O livro tem todos os romances de Machado e, mesmo tendo todos em livros físicos, foi uma ótima compra.
Machado de Assis é um daqueles escritores de que tenho todos os livros, sempre planejo relê-los, mas nunca tive tempo. Agora com todos os livros no Kindle andando na minha bolsa resolvi me dedicar a redescobrir Machado de Assis. Comecei por “Esaú e Jacó”, que nunca tinha lido e que um querido professor de literatura, Marco Antonio, sempre disse que era seu preferido.
Comecei a ler e fui conquistada nas primeiras paginas. Nem tanto pela historia. O que me seduziu mesmo foi a escrita, a conversa que Machado tem como leitor, seus comentários sobre o desenrolar dos fatos. Foi uma delicia redescobrir esse autor que na minha adolescência, quando o li pela primeira vez, achei bom e um pouco difícil. Agora a leitura fluiu tranquila e acabei o romance em dias.
A historia gira em torno da rivalidade entre irmãos gêmeos, uma rivalidade que vem de antes deles nascerem. Pedro e Paulo são diferentes em tudo e sua mãe passa o livro tentando fazer com que os irmãos sejam amigos. A disputa deles pelo amor de uma mesma mulher nem é tão interessante, mas o pano de fundo da proclamação da republica é interessantíssimo.
Lendo esse romance de Machado tive a impressão de estar ouvindo uma boa conversa. Não tem um grande enredo, nem personagens apaixonante e mesmo assim é impossível de resistir. “Esaú e Jacó” me fez querer reler e ler mais Machado. é como se depois de todos esses anos ouvindo quão genial ele é eu finalmente conseguisse entender. No colégio fazem o sacrilégio de nos fazer ler alguns de seus romances. Na adolescência não tinha a capacidade de apreciar essa obra. Gostava mais dos contos. Agora quero ler tudo, romances, contos, cronicas. Estou redescobrindo a genialidade de Machado.
O que mais me chamou a atenção é que o Aires, o do “Memorial de Aires”, é um dos personagens mais ativos. Parece até que Machado já preparava o Memorial e estava testando escrever com a voz de Aires. Já comecei a ler mais esse livro do Bruxo do Cosme Velho.
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