Quando vi que lançariam um filme chamado “A Livraria” fui logo pesquisar e ler o livro logo. Sou dessas que lê o livro e vê o filme. Penelope Fitzgerald escreveu a história de Florence Green e sua jornada para abrir e manter uma livraria na pequena cidade de Hardborough em 1978 e isso pode ser um dos problemas de lê-lo só agora. Esse é desse livros em que as mensagens são bem melhores do que a leitura, infelizmente.
Tive sérias dificuldades ao ler “A Livraria”, o livro é lento e era como se o livro não andasse por mais páginas que eu lesse. A ideia é ótima, Florence quer abrir um livraria onde não há uma, quer levar todas as maravilhas da leitura para uma pequena e provinciana cidade inglesa. Ela tem os ideais de todos que amam ler, acha que a exposição aos livros, a literatura, ao conhecimento vai iluminar a vida das pessoas, tornar a cidade e seus habitantes melhores. Tudo muito bonito, mas o mundo, nem na literatura, é tão simples assim.
Toda a dificuldade de avançar na leitura é quase compensada pela mensagem de Fitzgerald. Violet Gamart, a antagonista de Florence, é rica, se orgulha de querer ajudar as artes. A Arte para Violet é apenas algo para lhe dar status e nada mais, ela não entende, nem quer entender sobre arte, ela quer apenas ser vista como alguém que tem uma agenda para as Artes. São as pessoas mais educadas e mais abastadas que antagonizam com Florence e sua livraria e sua ideia de vender o polêmico “Lolita” de Nobokov. A critica aos mecenas, aos mais educados e suas certezas de que sabem, melhor do que ninguém, o que é arte ou não, o que é permitido. É uma critica a censura e aos defensores da moral e dos bons costumes, uma critica a quão tacanha é a visão de mundo de certas pessoas esclarecidas.
“A Livraria” não foi uma leitura simples pra mim e no final quase valeu a pena.