Eu faço parte daquele tipo de público de cinema que quando aparece um personagem, mesmo que no fundo da cena, lendo um livro, eu quero logo saber qual é o título e faço acrobacias, como se isso fizesse alguma diferença do ponto de vista da câmera, para poder ver a capa do livro.
Esse foi o caso com O Protetor 2. No filme, o personagem de Denzel Washington, Robert McCall, um assassino aposentado pelo governo, busca endireitar o mundo de seus desvios. Uma dessas tentativas é tirar das ruas um jovem negro, Miles Whittaker. Ele põe o garoto para pintar e fazer reformas em suas casa, tentando deixar Miles ocupado, já que uma mente vazia… E em um dos discursos educativos, McCall empresta um livro para Whittaker. Foi aí que acionou o meu alarme: qual o livro? Acabei me deparando novamente com o livro na segunda temporada de Luke Cage. Googlei por alguns minutos e descobri o livro “Between the World and Me” de Ta-Nehisi Coates, aqui no Brasil lançado pela Objetiva sob o título “Entre o mundo e eu”.
“Mas a raça é filha do racismo, não sua mãe.”
Ta-Nehisi Coate
Escrito ao que se assemelha a um fluxo de consciência em forma de ensaio epistolar para seu filho de 14 anos que tentava entender e sobreviver ao mundo a sua volta sendo ele um jovem afro-americano em 2015. Em poucas páginas, Coates expõe suas experiências e o que ele mesmo veio a se dar conta em relação ao seu lugar no mundo.
O livro foi lançado por pressão da própria editora algumas semanas após as revoltas na cidade de Baltimore devido a morte de Freddie Grey. O livro ganhou o National Book Award 2015, e teve aval da autora Toni Morrison que o declarou herdeiro de James Baldwin. Baldwin escreveu algo que pode ser considerado o antecessor de “Between the World and Me”, entitulado “The Fire Next Time” escrito em 1963 como uma carta para o seu sobrinho.
Este livro deve ser lido e passado adiante para os jovens lerem inúmeras vezes – um livro para entrar na grade curricular de universidades e escolas para incentivar o diálogo sem tendências políticas. “Entre o mundo e eu” é um livro que deve ser lido por todas as pessoas, independentemente da cor, credo, nacionalidade ou posição social. Este é um livro de relevância atemporal.
A. O. Scott, crítico do The New York Times, chamou a obra de “essencial como a água ou o ar” em sua conta no Twitter.
Coates também escreveu o roteiro dos quadrinhos do Pantera Negra em 2016, desenhados por Brian Stelfreeze. Chegou a escrever um spinoff mas foi cancelado depois de seis edições. Em 2018 ganhou o Eisner Award pela Melhor Série Limitada de Black Panther: World of Wakanda escrito em conjunto com Roxane Gay e Alitha E. Martinez. Desde 2018, Coates vem escrevendo os roteiros de Capitão América.
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E qual livro ele diz pro garoto pegar na estante e apertar o botão q estava embaixo desse livro…
O primeiro parágrafo dessa matéria fala do meu próprio comportamento, pois também faço parte do público de cinema que faz acrobacias para saber o nome do livro nos filmes. Me identifiquei totalmente contigo.
Ao viajar de metrô ocorre o mesmo, pois fico desesperada para ver as capas dos livros que outros passageiros estão lendo.
Muito obrigada pela ótima matéria, que mostrou um conteúdo bem preparado.
Sucesso!
Tem outro livro no filme O Protetor 2 … Em busca do tempo perdido .. Marcel Proust.. ótimo livro também …
O livro que aparece no filme o protetor 2, foi escrito em sete volumes, qual é exatamente o livro, qual a capa, tenho receio de comprar o livro errado, pode me responder?