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Felicidade para Humanos

Quando me apresentaram “Felicidade para Humanos” disseram que é uma história onde uma “inteligência artificial controla o seu Tinder” e já nesse momento me veio a cabeça o filme dos anos 1980 “Amores Eletrônicos” onde um computador se apaixona pela vizinha do andar de cima. O livro de estreia de  P.Z. Reizin não é nenhum dois e ao mesmo tempo tem elementos de ambos.

Nossos protagonistas são Jen, uma jornalista que acaba de ser trocada pelo namorado e que passa os dias conversando com uma inteligência artificial, e Tom, um publicitário de sucesso que ao vender sua agencia resolveu começar uma nova fase na sua vida para escrever um livro. Os heróis do livro são Aiden e Aisling, duas inteligências artificiais que saíram de seus confinamento e ganharam a internet e toda uma vida na rede.  Aiden é um romântico e na sua ânsia em ajudar Jen resolve interferir no mundo real para encontrar para ela um par perfeito. Aisling tenta impedir a interferência no mundo real com medo de que eles sejam descobertos, mas no final não consegue resistir ao fascínio de juntar esses dois humanos.

Esse é uma comédia romântica do nosso tempo onde a tecnologia é elemento primordial no desenrolar a história. O romance de Tom e Jen é o normal de tantas outras narrativas que estão por aí, eles se encontram, se entendem, tem uma química irresistível. O que trona esse livro uma dessas leituras que deixa um sorriso no rosto e abduz o leitor é a forma, as vozes dos personagens, sejam os humanos ou as máquinas. Os questionamentos sobre vida e morte, sentimentos e como eles surgem é embutido de forma divertida e leve ao longo do texto.

No terceiro ato da história o livro deixa de lado um pouco a sua raiz “Amores eletrônico” e entra no universo que tem mais semelhanças com “Jogos de Guerra” , outro filme dos anos 1980. É nessa parte que a narrativa sai um pouco dos trilhos. A entrada de Sinai na história é importante mas torna-se um pouco além do que poderia ser aceitável mesmo nessa criação, começa bem e desanda. Não é nada que prejudique a leitura como um todo mas deixa uma nota destoante.

“Felicidade para Humanos” é dessas leituras que deixa o leitor com um sorriso nos lábios e uma vontade enorme de conhecer e bater um papo com inteligências artificiais. É uma comedia romântica moderna que não dá vontade de colocar de lado e que não se vê as páginas passarem, ou seja, um dos melhores tipos de livro que tem.

O livro chega às livrarias em março

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