Livros Resenhas

Os Pilares da Terra

Quando montamos aqui na redação da lista da nossa Biblioteca Essencial “Os Pilares da Terra” foi uma das minhas colaborações. Desde então vivo devendo essa resenha sobre esse livro que catapultou a carreira de Ken Follett e até hoje encanta leitores pelo mundo.

Follett pega um período do século XII na Inglaterra conhecido como A Anarquia e o utiliza como pano de fundo para contar a saga de uma cidade e a construção de uma catedral. Kingsbridge é uma cidade fictícia mas reúne em si tudo que movia a sociedade inglesa daquele período: clero, trabalhadores livres, monarquia e, principalmente poder.

Acompanhamos aqui uma saga familiar que dura décadas, começa com Tom Builder e vai até Jack. Ambos tem apenas um objetivo na vida: construir uma catedral. Tom e sua correção e talento encantam leitores pelo mundo, Jack e seu amor por Aliena capturam outros tantos, eu acho que a constante do livro é o Prior Philip, meu personagem favorito. Philip é um homem do clero e acredita fielmente no que prega, não é alguém infalível, mas é alguém de fé inabalável que navega com maestria na política do poder. É também um herói clássico, sempre salvo ou beneficiado por suas boas ações mesmo que tenha rompantes que desagradam a todos. É o religioso que financia e banca a ideia de uma catedral em Kingsbridge, é sua luta incansável que norteia todos os demais personagens.

A Anarquia foi um período de total e completa instabilidade na Inglaterra, uma disputa sangrenta pelo trono que só vai terminar com a chegada de Henrique II. É nesse contexto que os vilões do livro se inserem. William, um jovem rico e cruel, e o ambicioso Bispo Waleran Bigod. William é a guerra, a batalha, o poder pela força, pela crueldade, Waleran é o poder pela esperteza, pela malícia, pela dissimulação. Juntos eles enfrentam os sonhos e a fé dos protagonistas, pode parecer uma alegoria para os nossos dias, mas acho que é mais do que isso é uma alegoria para qualquer épico.

São mais de mil páginas de voltas e reviravoltas, de politicagem, de muitas descrições de como uma catedral medieval é erguida. Temos perseguições, amores impossíveis, cenas bastante sangrentas, heróis caídos, mortes que chocam os leitores. Tudo que faz um épico histórico está aqui e é por isso que esse livro continua a encantar leitores. Eu devorei, mais de uma vez, todas as páginas com uma avidez que acontece poucas vezes na vida de leitores inveterados. Follett consegue tornar um livro sobre construção de igreja em algo envolvente, com personagens criveis e fica impossível colocar de lado aquele tijolão de lado (existe também uma versão em dois volumes).

Foi “Os Pilares da Terra” que me fez descobrir a obra de Ken Follett o que me trouxe livros como A Trilogia do Século e Nunca. É uma porta de entrada meio assustadora pela quantidade de páginas, mas vale cada uma delas.

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