Adoro uma distopia, essa ideia de uma possibilidade de futuro aterradora me encanta, me seduz ler sobre todas as formas de como os seres humanos somos capazes de estragar tudo. Não estou falando só de distopias deste século, destas que são adolescentes e viraram quase sinônimo de YA, eu gosto de todas as distopias, seja ela “1984”, “Admirável Mundo Novo” ou “Jogos Vorazes”. Dito isso, “Rainha Vermelha” tinha tudo para me conquistar e o fez com maestria.
Mare é uma batedora de carteiras em seu pequeno e pobre vilarejo. Ela vive em uma sociedade dividida pela cor do sangue, os de sangue vermelho são inferiores e explorados e os de sangue prateado governam e tem poderes. Para piorar um pouco a situação dos vermelhos eles são enviados aos 18 anos para um guerra que já dura décadas e não tem a menor perspectiva de terminar. Sei que não há nada de inovador nesse plot, é uma releitura de várias outras distopias que existem por ai, mas Victoria Aveyard consegue usar isso a seu favor, a familiaridade com a situação faz com que o leitor espere a virada e ela trabalha bem essa expectativa.
Não vou aqui contar spoilers, direi apenas que uma serie de acontecimentos ocorrem e Mare acaba virando pretendente de um príncipe. Aqui tem um dos elementos que mais me cansa em YA, eterna situação de uma menina dividida entre dois meninos, aqui os príncipes Cal e Maven, tem até um terceiro, mas a estrutura é a mesma. Cada vez que leio esse caminho literário levanto as mãos aos céus e agradeço a sabedoria de J.K. Rowling em não ter feito isso com Harry, Hermione e Ron. É uma estrutura que já deu o que tinha que dar, há outras formas de criar conflitos e algumas bem melhores do que essa.
O livro vai bem narrando a adaptação de Mare em seu novo meio, rodeada pelos prateados. Tem um pouco que irregularidade no ritmo da narrativa, ela fica lenta aqui e ali e no final dá uma acelerada boa, mas nada que prejudique a leitura. O final, com suas reviravoltas valem a acelerada. O final é desses que fazem o leitor correr para a internet para saber quando e não se vai ter um segundo livro. Falo logo que vai ter sim e que ele será lançado nos EUA em fevereiro de 2016 e chama-se “Glass Sword”(Espada de Vidro em tradução minha). Agora é esperar a chegada do segundo livro e a adaptação cinematográfica que já está em andamento.
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