Livros Resenhas

1984

 

 

 

 

“1984” é um desses livro s obrigatórios e foi com esse pensamento que o peguei para ler um pouco antes de big brother virar sinônimo de reality show. Foi dessas gratas surpresas que os livros nos pregam, comecei a ler porque achava que era uma falha no currículo não ter lido e acabei adorando-o e não pelos elementos mais falados sobre ele.

Quando se fala do clássico de George Orwell sempre surgem as palavras ditadura, controle, medo, tortura. Esse elementos estão lá, claro, mas não foi o que me impressionou no livro, o aspecto mais assustador da Ingsoc é a novilingua e a teoria que levou a sua criação. Logo no começo Winston conversa com O’Brien sobre o novo dicionário de novilingua e é essa cena que mais me marcou, ali O’Brien mostra toda a perversidade do partido. A novilingua é construída para simplificar o vocabulário de tal forma que seja impossível formular a idéia de mudança. Existe algo mais aterrador do que não se ter vocabulário para formular os próprios pensamentos?

A  sociedade baseada no medo descrita por Orwell em 1949 é horrível e inacreditavelmente atual, é só pensar em países como a Coréia do Norte. A idéia que alguém monitora todos os seus passos através de um teletela nos faz pensar no governo americano e o seu sistema de vigilância denunciado por Edward Snowden. O mundo se modernizou mas a essência do que Orwell escreveu resiste mesmo passados mais de 50 anos, o medo continua sendo o mais forte sistema de controle, um sistema capaz de paralisar todos, é usado por traficantes e milicianos, por coronéis, pela policia e até por políticos em suas campanhas eleitorais. A atualidade do que está nas pouco menos de 300 páginas escritas por Orwell é o que o torna um grande clássico.

Na minha cartilha de leitura ele faz parte de uma trilogia despótica indispensável que inclui “Fahrenheit 451” e “Admirável Mundo Novo”. Três grandes livros que falam sobre controle de informação, controle social seja pelo medo ou pela felicidade e de como lidamos com a memória e a linguagem. Queimar livros e reescrever a história são os dois elementos presentes nas páginas e na realidade do mundo em pelo século XXI, infelizmente.

Orwell escreveu um clássico depois de sobreviver a duas guerras e ver o mundo começar a entrar na Guerra Fria. O mundo não parecia mesmo um local com um futuro democrático e pacífico, o problema é que mais de 60 anos depois as coisas não se moveram tanto e o livro parece quase profético.

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