Fui adolescente em um período pré mundo conectado, era um mundo vasto e analógico. Vi a chegada dos computadores, da internet e toda a modificação que eles causaram. “Fortaleza Impossível” fala desse momento em que os computadores começavam a chegar na vida das pessoas e, mesmo assim, o mundo ainda era analógico. A pequena aventura de Will, Clark, Alf e Mary é nostálgico e carrega todo o clima de clássicos como “Goonies” e “Uma noite de Aventuras”.
Jason Rekulak pega um trio de amigos adolescentes, um deles, Will, um nerd antes de ser nerd virar cool na década de 00, e os coloca diante de um desafio: a playboy da Vanna White. Para nós brasileiros pode não dizer nada o nome de Vanna White, mas nos EUA ela era a musa e, em 1987, a playboy era A fonte de fotos sensuais de mulheres. A revista não podia ser vendida por ninguém com menos de 18 anos, com isso o trio elabora um plano que mais se parece com os planos infalíveis do Cebolinha para conseguir a revista. Não, esse não é um livro sobre garotos querendo uma revista de mulher pelada. A parte do plano que cabe a Will, ele se oferece na verdade, é seduzir Mary. Will não quer seduzir Mary, Will, um programador em formação, quer é trocar seus conhecimentos de computação com ela, quer aperfeiçoar o seu jogo Fortaleza Impossível para concorrer a um prêmio.
Tudo no livro é nostalgia, o inicio dos capítulos com códigos em BASIC, as referencias aos jogos de texto, o desconhecimento da maioria das pessoas sobre computação, está tudo nas páginas. Tenho que admitir que cada vez que se falava em programação e jogos de computação dos primórdios eu lembrava do meu irmão e o seu TK-85 e de jogar Carmen Sandiego no meu super moderno 286. Em meio a tanto anos 1980 o que faz desse livro algo tão divertido é que esses adolescentes podem estar no mundo analógico mas seus sentimentos, confusões, brigas, amores, tudo é igual em qualquer época.
Vou dizer apenas que tem um segundo plano infalível que acho bem mais legal do que o da playboy, não falarei mais do que isso para evitar spoiler. É nesse momento do livro que surge uma reviravolta que causa bastante estranheza. Não chega a estragar a experiência como um todo, mas que é uma reviravolta estranha é. Mesmo assim recomendo a leitura, ainda mais para as crianças e adolescentes da década de 1980 mas não só para elas.
Ah, já ia esquecendo. Se você, como eu, quer ver como ficou o jogo do Will é só entrar aqui e se viciar. Estou lá tentando melhorar meu recorde! Venha
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Acabei agorinha o livro e fui atras de comentários.
Também achei a reviravolta no final estranha e meio desnecessária. Meio que tirou a magia do livro.
Mas mesmo assim é um livro divertido.