Reza a lenda que Mario Puzzo era unha e carne com a máfia italiana enquanto escrevia sua obra prima, “O Poderoso Chefão”, mas nada passa mais longe da verdade do que isso. Puzo teria confessado em seu livro The Godfather Papers and other Confessions, de que sua escrita se baseou apenas em pesquisas pessoais.
Tenho vergonha de admitir que escrevi O Poderoso Chefão inteiramente por meio de pesquisa. Eu nunca conheci um verdadeiro gângster. Depois que o livro se tornou “famoso”, fui apresentado a alguns senhores relacionados ao material. Eles eram lisonjeiros. Eles se recusaram a acreditar que eu nunca havia estado entre eles. Eles se recusaram a acreditar que eu nunca tinha conhecido um Don.
Mario Puzo
Mario era descendente de família ítalo-americana. Nascido no bairro de Hell’s Kithce em Nova York, sua família emigrara de Nápoles e não da Sicília como os Corleones. Mario era um de sete irmãos criado por uma mãe solteira depois que o pai abandonou a família. Ele dizia que ela os fazia ficar em casa sempre pois “coisas ruins acontecem lá fora” e ela volta e meia estaria esperando por ele em casa com um cacetete de polícia na mão.
Com alguns livros já escritos e com boa recepção da crítica, entre eles O Último Natal, A Guerra Suja e O Imigrante Feliz, Puzo um jornalista formado, era um escritor conhecido de um seleto grupo de leitores e a fama ainda não lhe teria alcançado até que em 1968, ele recebeu um adiantamento de US$ 5 mil para escrever sobre a máfia. Ele teria aprendido sobre os mitos e lendas da máfia nas mesas de croupier da era de ouro de Las Vegas.
O livro ganhou fama internacionalmente e ficou meses entre os mais vendidos do The New York Times. A fama cresceu ainda mais com a adaptação para o cinema em conjunto com Francis Ford Coppola em 1972 que lhe rendeu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. É notório que durante a filmagem, o produtor Alan S. Ruddy teve problemas com a máfia nova-iorquina que não gostava do tom étnico que o filme demonstrava. A Liga Ítalo-Americana de Direitos Civis, liderada por Joe Colombo demandava direitos de vetar certos assuntos em troca de acesso a locações – a visão que o cinema americano até então demonstrava sobre os imigrantes italianos era vergonhosa para eles.
Mais tarde, num ato de a vida imita a arte, enquanto Coppola filmava a sequencia sangrenta da morte dos chefes das cinco famílias, Colombo seria assassinado com tiro na cabeça durante um comício da Liga em Columbus Circle.
Vinte anos depois de sua morte em exatos 2 de julho de 1999 e completos 50 anos de publicação de sua obra prima, O Poderoso Chefão, Mario Puzo continua vivo na memória literária e um ícone da cultura pop tendo cunhado o termo Padrinho (Godfather).
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