Filme

A cinco passos de você – o filme

Depois de ter lido a novelização do filme “A cinco passos de você”, fui convidado pela Globo Alt para assistir ao longa, no Rio de Janeiro.  Foi uma experiência diferente ter lido uma novelização de um filme – ou seja, o filme foi feito primeiro e o livro depois – e já saber tudo que ia acontecer no filme. Porque é diferente de ver uma adaptação cinematográfica de um livro, sabe? Embora esse tenha tido alterações, principalmente no fim, foi muito certinho o que tava na página e o que estava na tela.

Vou ser vilã e dizer aqui que ri baixinho ao ouvir a sala de exibição fungando. Como eu já sabia o que ia rolar, não chorei. Mentira! Chorei em um momento só que é spoiler se eu contar. Mas não foi no final e não foi muito!

O que faz o filme “A cinco passos de você” funcionar bem é o elenco. Ele foi muito bem escalado. Cole Sprouse (de “Riverdale”) é o gatinho da vez e ele funciona muito bem no papel do paciente revoltado Will. Haley Lu Richardson, que interpreta a controladora e adorável Stella, está excelente e tem uma química ótima com Cole. Mas é Moises Airas quem rouba a cena como Poe e foge da escolha óbvia de rapaz gatinho para o papel. Adorei!

Algumas cenas foram muito bem filmadas, como a grande cena tensa no gelo (que menciono em tom enigmático para não dar spoilers), e algumas foram over demais, como a cena final. O que me deixou surpresa é que o diretor Justin Baldoni não tem tanta experiência com direção de longas de ficção, mas sim com documentários, curtas e episódios de seriados. Interessante, porque o filme ficou redondinho em termos de direção e funcionou muito bem. Talvez o fato de ele ser ator tenha ajudado também. Mais uma razão para baixar o preconceito de atores que trabalham também como diretores, viu?

Embora o filme e o livro sejam lindos e bem feitos, cada um em sua mídia específica, tem uma coisa que me incomoda bastante: ambos terem sido cirurgicamente criados para fazer chorar e apaixonar os fãs de “A culpa é das estrelas”. “A cinco passos de você” também é sick-lit, mas não tem a força que a escrita de John Green tem (digo isso na resenha do livro que pode ser lida aqui). Acho que faltou alguma coisa, sabe? Talvez se desenvolvesse mais os personagens e não somente eles perante a condição deles … não sei.

E tem uma parte no fim que é um MEGA spoiler, então não vou contar, mas que quase estragou a história e o foco do personagem da Stella. Ela tem toda uma narrativa de controle e de ter que sobreviver a qualquer custo (tem uma razão para isso que é outro spoiler, então sorry!), mas rola um twist que é incrível, mas que ela quase se contradiz. E a razão para isso enfraquece a questão da personagem. Se o conflito dela fosse colocado de outra forma, ficaria até mais forte. Enfim … sou chata.

Veja o trailer:

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