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A Corte do Ar

Política, magia e dois órfãos para salvar Chacália. Esse é o mundo criado por Stephen Hunt.

O livro de Stephen Hunt é um steampunk interessante que vem em uma edição caprichadíssima da Editora Saída de Emergência. A historia é simples: uma guerra está prestes a ocorrer em Chacália , uma versão estilizada da Inglaterra vitoriana, e dois adolescentes podem ser a chave para salvar o mundo em que vivem. É uma trama política envolta em muita magia.

“ A Corte do Ar” começa muito bem, instigante, apresentando um mundo novo, suas nuances, sua política e seus personagens principais. Tudo começa já com bastante ação, mortes, fugas e muita política. Molly e Oliver são dois órfãos que tem poderes especiais, que eles mesmos desconhecem, e que são perseguidos por isso. Esse primeiro quarto do livro é incrível, visualizar os aerostatos, a Guarda Especial, o Rei sem braços, toda a magia que envolve Chacália. Nesse começo o livro se torna um daqueles que não dá para largar.

Quando estamos completamente envolvidos no enredo a narrativa começa a cansar um pouco, a cada página é apresentado um novo elemento daquele mundo não deixando o leitor se ambientar completamente ao mundo criado por Stephen Hunt. A estrutura de cada capitulo pertencer a um dos órfãos e contar a sua fuga não funciona tão bem com capítulos tão longos, acaba-se perdendo um pouco o fio da meada de cada uma das historias mesmo elas sendo, em alguns pontos, complementares. A estrutura do final do livro funciona bem melhor, com o entrelaçamento das duas narrativas em um mesmo capitulo.

O meio do livro, dois quartos dele, constroem lentamente a conspiração do Caotyl Selvagem contra Chacália e como Molly e Oliver descobrem e se adaptam a realidade de seus poderes. A construção é um pouco lenta demais e é agravada pela rapidez com que toda a trama se desenrola no final das contas. O quarto final do livro volta a ser envolvente, as cenas de batalhas são boas, tudo se desenrola harmonicamente, o ritmo do inicio volta e, novamente, é impossível deixar o livro de lado. O melhor do livro se apresenta na sua parte política, nas diferentes visões apresentadas, no debate sobre liberdade, escolha e sociedade.

Mesmo com um final tão bom alguns elementos chamam a atenção. Oliver desenvolve seus poderes muito rápido e os domina de forma impressionante, Molly tem uma jornada trabalhada cuidadosamente ao longo do livro e no final sua importância não e devidamente valorizada e, o mais importante, a corte do ar que dá nome ao livro é um espectro que vacila entre o bem e o mal, talvez um mal necessário, mas que não desempenha um papel de todo importante na trama e no seu desfecho.

A Corte do Ar apresenta um mundo incrível com uma política interessantíssima, mas explora mal seus elementos o que faz com que se reduza a uma leitura mais ou menos que necessita de um certo esforço para ultrapassar o seu miolo. É um daqueles livros com potencial que acaba deixando o leitor com a ideia de que a experiência da leitura poderia ter sido muito melhor.

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