Autora de “Morra por Mim” vive na Cidade da Luz mas quer voltar para visitar a Cidade Maravilhosa
2014 chegou com mais uma entrevista fresquinha como o pão francês mais saboroso, o macarron mais delicioso. Já deu água na boca, né? A entrevista é com a americana que mora em Paris (sacou a razão das guloseimas agora?), Amy Plum, responsável pela trilogia dos Revenants, que começou com “Morra por Mim”, publicada no Brasil pela Farol Literário. A trilogia tem ainda “Until I Die” e “If I Should Die” e uma novella “Die for Her”, que é o ponto de vista de Jules, um dos personagens secundários.
Cheiro de Livro (CdL): No seu site, você mencionou ter se apaixonado por “Crepúsculo” e ter criado um desafio de escrever o seu próprio romance sobrenatural, mas com uma heroína bem independente. E o resultado foi Kate, que não aceita Vincent sem antes questionar crenças e confrontar diversas situações. Qual a sua opinião sobre as heroínas na literatura Young Adult (YA – Jovem Adulta) hoje?
Amy Plum: Eu acho que nos últimos anos os autores de literatura YA caíram de cabeça nesse desafio de apresentar uma protagonista feminina que não precisa de um homem para salvá-la (ou até que precisa salvá-lo!). Isso tem se tornado muito importante para muitos autores e talvez seja uma reação a “Crepúsculo”. Talvez existam outros autores que, como eu, pensaram “Eu gostaria que minha filha crescesse assim?”. Minha filha tem apenas seis ano, mas eu quero que ela se torne uma mulher forte e confiante. E quando ela se apaixonar pela primeira vez, de verdade, quero que ela tenha a noção de que ela tem uma voz no relacionamento e que não é uma refém dele. Acho que leitores hoje em dia querem ler sobre heroínas fortes. Quem quer ler sobre uma menina chata? Meus leitores têm me dito o quanto gostaram de meus personagens e como se identificam com eles, porque são nobres, mas reais.
Cheiro de Livro: É bem impossível não se apaixonar com a mitologia dos Revenants e você contou aos leitores exatamente o suficiente na trilogia, não contando demais em um livro ou no outro. Mas os leitores de hoje estão lendo mais rapidamente e querem se apaixonar por um livro logo de cara, no início, para não perder tempo. Você sentiu esse tipo de pressão ao escrever a trilogia?
Amy Plum: Eu sinto muita pressão para escrever com ritmo acelerado e com descrições quase que minimalistas (que é complicado, já que adoro descrições mais longas). Isso foi um problema para os leitores que queriam que Kate fosse kick-ass desde o início. Eu gosto de mostrar o desenvolvimento e amadurecimento ao longo de um período de tempo ou não parece realista. Acho que os leitores que são pacientes o suficiente para permanecer com as séries são os que se beneficiarão da experiência mais profunda que cada leitor pode os oferecer.
Cheiro de Livro: Você tem alguma mensagem específica que gostaria de explorar ou passar para seus leitores com a trilogia “Morra por Mim”?
Amy Plum: O que eu queria mostrar é que somos capazes de solucionar nossos problemas e até utilizá-los para nos tornar mais fortes do que poderíamos imaginar. Também queria compartilhar meu grande amor por Paris, arte, comida e cultura e espero que tenha feito isso de tal maneira que venha a encantar jovens leitores que ainda não tenham tido essa experiência.
Cheiro de Livro: Quem é o seu personagem preferido e por quê?
Amy Plum: Essa pergunta é tão difícil! Kate e Georgia são aspectos da minha própria personalidade. Charlotte é maravilhosa! Jules é o cara com que eu sairia e Vincent é o que cara com quem eu casaria. E me sinto muito próxima a Gaspard enquanto imagino um melhor amigo como Ambrose. Não consigo escolher entre eles.
Cheiro de Livro: Na trilogia “Morra por Mim”, seus leitores viajaram por Paris, mas mantiveram os pés no chão. No seu próximo projeto, o tema é mais voltado para a distopia. Como foi diferente a experiência de escrever esse romance? Quais desafios ambos tiveram em comum?
Amy Plum: “After the End” é uma falsa distopia. A personagem principal – Juneau – cresceu achando que ela estava vivendo depois da terceira Guerra Mundial, em um lugar radioativo, quando, na verdade, ela está vivendo nos dias de hoje, no meio de um lugar abandonado, apenas horas distantes de uma cidade grande. A história começa quando ela descobre isso e precisa aprender a viver em um mundo moderno e encontrar seu clã, que foi sequestrado. Esse projeto foi TÃO diferente de “Morra por Mim”! Na trilogia, eu usei o que conhecia: Paris, arte, uma vida de uma expatriado. Era quase como escrever sobre minha própria vida. Mas com Juneau, praticamente escrevi uma fantasia e tive que penar para escrever sobre coisas que não me são familiar.
Cheiro de Livro: “Morra por Mim” acabou de ser lançado no Brasil. Mande uma mensagem para seus leitores brasileiros.
Amy Plum: Eu viajei para o Brasil há três anos e passei alguns dias maravilhosos no Rio de Janeiro antes de ir para Curitiba para um casamento. Preciso dizer que, em todos os lugares que eu fui, os brasileiros foram as pessoas mais simpáticas, gentis e incríveis que eu conheci. Eu sonho em poder voltar para o Brasil em um futuro próximo!