A sociedade literária e a torta de casca de batata

Li “A sociedade literária e a torta de casca de batata” assim que saiu no Brasil e lá se vai quase uma década. Resolvi revisitar o livro e saborear a releitura assim que assisti o trailer da adaptação para o cinema (veja aqui). O livro é tão bom quanto lembrava e me deu, mais uma vez, vontade de conhecer as ilhas que ficam no Canal da Mancha.

Eu tenho todo um carinho por romances epistolares e o fato desse ser um me fez gostar dele de cara, para melhorar as primeiras cartas estabelecem que Juliet, a protagonista, é uma bibliófila. Identificação imediata. A história toda se passa no pós segunda guerra mundial na Inglaterra. Juliet é um jornalista e escritora que busca um tema para um livro ao mesmo tempo que tenta deixar os traumas de guerra para trás, é nesse ambiente que ela começa a se corresponder com a sociedade literária que dá título ao livro. Os correspondentes de Juliet são todos moradores da ilha de Guernsey, território inglês ocupado pelos nazistas por cinco anos.

O livro de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows me contou uma parte da guerra que desconhecia por completo: o fato de que algum território inglês foi ocupado. Mais que isso, em meio a um romance bem previsível, consegue apresentar todo o terror de um território ocupado em tempos de guerra, todos os seus traumas, cicatrizes e mecanismos de sobrevivência. Tudo isso é costurado pelo amor aos livros, como a leitura muda, acalenta e aproxima as pessoas. Um tema que, para alguém que tem um site sobre livros, é mais do que caro.

“A Sociedade literária e a torta de casca de batatas” é desses livros que encantam e que mesmo em uma releitura capturam a atenção do leitor. Na primeira vez saboreei com mais parcimônia, desta vez devorei com voracidade, ambas as leituras foram prazerosas e recomendo com estrelinha a leitura. Agora é aguarda o filme.

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