Kevin Kwan cresceu em Cingapura e como seu livro de estreia resolveu escrever sobre os bilionários asiáticos e suas as vidas. A primeira vista pode parecer um tema que não vá interessar muito, mas a escrita de Kwan e sua descrição de um mundo de ostentação é simplesmente viciante. “Asiáticos Podres de Ricos” (tradução: Ana Carolina Mesquita) é desse livros envolventes e divertidos, uma comédia romântica das melhores.
Rachel é uma chinesa que mora nos EUA desde que é bebê, é uma professora na NYU e namora Nicholas, um cingapurano professor de história. Tudo vai muito bem até que o casal resolve passar as férias na Ásia aproveitando o casamento de Colin, melhor amigo de Nick. Kwan pega a inocência de Rachel com relação as tradições chinesas e conduz o leitor por uma rede de tradições, famílias e, principalmente, muito dinheiro.
O que é descrito parece um outro universo onde pessoas viajam de jatinho para todos os lados, compram vestidos das ultimas coleções da alta costura às dúzias e disputam as aparências de quem tem mais dinheiro. Kwan usa o humor para fazer critica a cultura de esbanjar que existe na China, seja ela insular ou continental. Existem hoje mais bilionários na Ásia do que em qualquer outra parte do mundo e essa é uma parcela da população que nunca é retratada em livros, isso faz com que a obra de Kwan seja uma lufada de frescor em um mercado onde só olhamos para os ocidentais. O que está nas páginas no livro é um mundo aparte, completamente desconhecido e que parece descrito com exageros, mesmo que eu tenha sérias duvidas em achar que haja exageros ali.
Além dos cenários luxuosos existem outros dois elementos muito presentes na narrativa: as tradições familiares e o preconceito com os novos ricos da China continental. As fofocas começam nas primeira s páginas e cercam Rachel ao longo das quase 500 páginas. As fofocas existem porque não importa quanto dinheiro e quão ocidentalizados os personagens sejam as tradições estão lá ainda, as famílias não querem que seus filhos casem com pessoas de outra classe ou que sejam novos ricos ou, pior ainda, sejam da China continental. Devo alertar que Rachel é tudo o que a tradicional família Young não quer para Nick, é claro.
Li com uma rapidez impressionante as quase 500 páginas e só depois descobri que é a primeira parte de uma trilogia. Fiquei feliz com a descoberta, não estou preparada para deixar Astrid, Alistair, Colin, Nick, Rachel e o mala do Eddie ainda, não sei se estarei um dia. Estou ansiosa para ver a adaptação cinematográfica mesmo não tendo gostado do trailer.
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