Resenhas

Senhorita Aurora

Estava numa vibe de ler romances e … ah, quem eu estou tentando enganar? Estou SEMPRE nessa vibe! E foi aí que comprei “Senhorita Aurora”, da brasileira Babi A. Sette. Estive com Babi em algumas ocasiões, mas nunca havia lido nada dela até então. Fiquei feliz em começar por esse.

“Senhorita Aurora” conta a história da bailarina brasileira Nicole Alves que vive em função do balé e consegue um lugar como primeira bailarina de um dos balés mais importantes de Londres. Lá, ela tem que lidar com um maestro lindo, porém grosseiro chamado Daniel Hunter, que ela já conheceu na ida para a Inglaterra, anos antes de trabalharem juntos, mas não lembra disso. Enquanto Nicole é emotiva e sensível, Daniel é frio e atacado, mas ambos são artistas natos, completamente apaixonados pela dança e pela música.

Embora o balé que vão trabalhar seja “A Bela Adormecida” (daí o nome do livro), a história tem vários momentos de “A Bela e a Fera”, o que é uma delícia, mesmo sendo clichê. Aliás, vamos deixar uma coisa explicada aqui: eu curto clichês desde que não sejam estereotipados. E o clichê do cara grosseiro, mas que no fim é legal não é estereotipado aqui porque tem um twist bem complexo e que fez toda a diferença na história. Esse sim é spoiler GIGA e não vou contar nadinha. Leiam o livro!

O livro é um romance daqueles proibidos no qual o diretor do balé se apaixona pela bailarina e vice-versa, mas não pode rolar no momento por causa da situação hierárquica deles. E claro que eles tão nem aí para isso, néam? Quer dizer, estão e não estão. Vou explicar.

Além do fator hierárquico, Daniel tem um passado para lá de complexo e que é um dos fatores de o fazerem ser tão grosseiro e fechado com as pessoas. O cara é alto, gato, forte pra caramba (daí o “fera”), mas tem uma razão para tanto. Mas ele se abre aos poucos com o que sente por Nicole. Mas aí volta a se fechar e é outro vai e vem (não só esse tipo, sua safadinha!).

Essa inconsistência de uma hora tudo estar bem e, do nada, não estar é a única coisa que me incomodou. A estrutura de romance que começa com atrito entre protagonistas e se transforma em paixão e amor é uma delícia de ler. Esse vai e vem de te-amo-sai-daqui-te-odeio-volta-pra-mim funciona maravilhosamente bem! Mas para que ela funcione bem, na minha opinião, precisa ser muito bem estruturada. Quando estão em atrito, tem sempre uma expectativa para quando estiverem juntos e quando isso acontece, BOOM! Faíscas para todos os lados! Aí quando o atrito volta, quebra o coração do leitor, a gente se identifica com a protagonista e quer mais beijinhos e quando eles voltam BOOM BOOM, sabe? Mas o problema é quando esse sobe e desce de emoções fica sem estrutura. Foi um pouco o que aconteceu aqui. Mas, ao mesmo tempo, eu gostei das cenas de altos e baixos, vai entender …

O livro é narrado em primeira pessoa por Nicole e tem apenas alguns poucos capítulos na voz de Daniel. Essa narrativa nos aproxima bastante de Nicole e mantém Daniel num clima de mistério, mas quando ele se apaixona, soa meio estranho em alguns momentos, justamente porque não vimos o lado dele. Talvez se a narrativa fosse em terceira pessoa essa mudança não soasse tão brusca. Talvez porque não tenha sido passada como gradual … não sei.

Para ser completamente honesta, mesmo com esse fator, eu li em dois dias sem parar porque queria muito saber como ficaria a situação de Nicole e Daniel. Por quê? Porque eu amo romances, e aqueles que me fazem respirar mais rapidamente me mantém entretida e feliz e “Senhorita Aurora” foi um deles.

Indica mais romances nessa estrutura pra mim, por favor? Adoro e quero conhecer outros!

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